A Sesau (Secretaria de Saúde), em parceria com a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania), realizou no sábado, 22, uma série de serviços de saúde para reeducandas da Cadeia Pública Feminina, no bairro Asa Branca.
Ao todo, a ação resultou na realização de 60 consultas oftalmológicas e 50 ginecológicas. Ambos os procedimentos foram executados por meio de equipes da Saúde Itinerante e Saúde Prisional da Sesau.
“É uma ação para resolver situações de demanda reprimida desses atendimentos na área de especializada, visto que existe uma série de dificuldades em questão de segurança”, afirmou o enfermeiro e diretor interino do Departamento de Políticas de Saúde Prisional, Eber Leon Pires.
Além da Cadeia Pública Feminina, a Saúde Itinerante também esteve presente no domingo, 23, na Cadeia Pública Masculina de Boa Vista, no bairro São Vicente, levando atendimentos oftalmológicos e psiquiátricos a cerca de 120 reeducandos daquela unidade.
“Por isso, levamos as especialidades diretamente in loco, garantindo a saúde desses reeducandos”, completou Pires.
ATENÇÃO ESPECIAL
As ações para a população privada de liberdade em 2023 foram iniciadas no início deste mês, com a realização de um mutirão de saúde para reeducandos da PAMC (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo).
Na ocasião, foram realizados os serviços de verificação de sinais vitais, consulta com enfermeiros e médicos, distribuição de medicamentos para verminoses, tratamento de pele e cadastro no e-SUS, beneficiando 1.800 internos.
Para esta ação em específico, Sesau e Sejuc contaram com o apoio do Centro Universitário Estácio da Amazônia.
A Secretaria de Saúde, por meio do NCZ (Núcleo de Controle de Zoonoses), promoverá, nesta semana, uma capacitação para profissionais de saúde com foco no tratamento da leishmaniose cutânea. A ação conta com a parceria do Ministério da Saúde.
Conforme a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Valdirene Oliveira, a capacitação será realizada na terça-feira, 25, e na quarta-feira, 26.
“Essa atividade será dividida em duas etapas, sendo a primeira com abordagem teórica e a segunda a parte prática”, explicou.
De acordo com a programação, a atividade teórica será realizada no auditório do Campus Boa Vista do IFRR (Instituto Federal de Roraima), e a parte prática na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Mecejana.
“Capacitar faz parte do planejamento da Sesau e CGVS com o objetivo de qualificar os nossos profissionais de saúde, refletindo diretamente no atendimento da nossa população”, pontuou Valdirene.
SOBRE A DOENÇA
A leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa que afeta a pele e as mucosas. Ela é causada por protozoários do gênero Leishmania, que são transmitidos a animais e humanos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde, a doença é considerada endêmica em 89 países. As lesões de pele podem ser: única, múltiplas, disseminada ou difusa, sempre apresentando aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor.
Quando manifestada nas mucosas, as lesões geralmente são encontradas no nariz, boca e garganta.
O tratamento da leishmaniose cutânea pode ser feito de forma gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde), com protocolo que prevê o uso de medicamentos específicos, repouso e uma boa alimentação.
CONFIRA PROGRAMAÇÃO
Palestra sobre Tratamento da Leishmaniose Cutânea com Antimoniato de Meglumina Intralesional e uso de Miltefosina
Palestrantes: Dr. Armando Schubach (médico infectologista), Dra. Cristina Duque (dermatologista) e José Nilton (biólogo).
Data: 25/04 (terça-feira)
Local: Auditório do Campus Boa Vista do IFRR (Avenida Glaycon de Paiva, 2.496, bairro Mecejana)
Horário: Manhã e tarde
Atividade Prática
Envolvidos: Sandro Marley Pereira (técnico do NCZ) e Ingrid Gomes (gerente do NCZ)
Data: 26/04 (quarta-feira)
Local: UBS do Mecejana (Rua Pavão, 195, bairro Mecejana)
Celebrado anualmente no dia 02 de abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é uma data que visa ressaltar junto a população a importância do diagnóstico precoce e do respeito às pessoas que possuem o TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Em Roraima, o CER II (Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual) é a principal referência no cuidado de pacientes que necessitam de serviços de estimulação neurológica, melhorando a sua interação com a sociedade.
Entre as pacientes atendidas pela unidade está a pequena Aysha Santos. Nascida com a Síndrome de Down, ela teve o diagnóstico para TEA confirmado aos quatro anos de idade. Essa condição requer cuidados mais que especiais.
“Ela é carinhosa, amorosa e uma criança muito inteligente. A Aysha é acompanhada pelo CER II desde o 28º dia de vida. É uma experiência em que eu aprendo com ela todos os dias”, comentou a mãe da criança, a dona de casa Ângela Santos.
Segundo dados da CGAE (Coordenadoria Geral de Assistência Especializada) da Sesau (Secretaria de Saúde), o Estado tem 1.119 autistas cadastrados junto ao CER II. O quantitativo está relacionado ao número de carteirinhas para autistas emitidas pela unidade desde 2020.
A pediatra da unidade, Marcella Moura, reforça que o TEA se manifesta ainda na infância, geralmente nos primeiros cinco anos de vida, por ser um Transtorno do Neurodesenvolvimento. Por esse motivo é importante que o paciente receba o diagnóstico precoce, possibilitando que o acompanhamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar.
“Quanto mais informação as pessoas tem [sobre o TEA] mais conseguimos fazer um diagnóstico precoce, dar suporte adequado para as crianças, adolescentes e adultos com o transtorno. A importância da conscientização é essa, trazer conhecimento para população em geral”, destacou.
A médica salienta ainda que quanto maior for a conscientização das pessoas sobre o assunto, melhor será o suporte que o paciente receberá da sociedade como um todo.
“É por isso que visamos fazer diagnóstico precoce, estimular precocemente, para a criança obter autonomia, ser inserida na sociedade de uma forma adequada sem enfrentar tantas dificuldades e preconceitos”, pontuou.
INSTRUIR PARA ENSINAR
As pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autistas frequentemente têm condições mórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, podendo ser de uma deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.
“O Espectro Autista é um transtorno de neurodesenvolvimento, o diagnóstico é feito nos primeiros anos de vida de acordo com algumas características como, a capacidade de interação social, deficiência na linguagem, às vezes associados a deficiência intelectual”, frisou Marcela Moura.
A dona de casa Viviane Barroso, de 47 anos, é mãe de uma adolescente autista de 13 anos. Mesmo desconhecendo sobre o transtorno, ela não mediu esforços para dar o melhor a sua filha, diagnosticada desde os três anos de idade.
Apesar de ter dificuldade em desenvolver uma conversa com as outras pessoas, Vitória Barroso é hoje uma garota dedicada aos estudos e independente para fazer as suas atividades.
“Quando eu descobri que a Vitória tinha autismo, achei que seria algo de outro mundo. Fui estudar a respeito e vi que ela é uma criança normal. Ela começou a falar com cinco anos, e ao vir para Boa Vista, procurei o CER II para ela continuar as terapias. Isso deu uma alavancada [em seu desenvolvimento]”, destacou Viviane.
ESTRUTURA DO CER II
O tratamento do TEA e outros problemas neurológicos feitos no Centro Especializado envolve uma equipe multiprofissional composta por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da orientação aos pais ou cuidadores.
A unidade funciona nas dependências do Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência, que fica localizado na Avenida São Sebastião, 1195, bairro Santa Tereza. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h e das 13h às 19h.
“Toda parte terapêutica é voltada para melhorar o desenvolvimento do paciente, como na questão dos déficits estimulando a criança ainda nos primeiros anos de vida. Assim, a chance dele apresentar um bom desempenho no contexto social é muito maior”, concluiu a médica.
Com o objetivo de estimular a circulação e acesso de pacientes ao número de leitos oferecidos pela principal referência hospitalar do Estado, o Governo de Roraima criou o Hospital Dia, projeto executado no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) e que completou um ano de existência nesta quarta-feira, 19.
Para comemorar a data, a equipe de especialistas da saúde da unidade promoveu um encontro para avaliar as conquistas alcançadas e traçar novas metas para ampliar o atendimento da população.
Segundo a diretora do HGR, Patrícia Renovato, há pacientes que necessitam tomar antibióticos por mais tempo e são esses que precisam ser atendidos pelo programa.
“O HGR abraçou essa a proposta do Ministério da Saúde para otimizar os atendimentos nas enfermarias. Por meio do Hospital Dial, o paciente que necessita tomar antibióticos por uso prolongado recorre a esse conforto, toma o medicamento e retorna para casa. Com isso, há um giro de leitos para que o HGR possa ficar com pacientes que precisam ficar mais tempo no hospital”, disse.
Apoiada pela Sesau (Secretaria de Saúde), a iniciativa consiste em oferecer o tratamento medicamentoso, com hora marcada na unidade de saúde, ajudando a otimizar o atendimento do de alta complexidade ou com doenças crônicas.
Em resumo, o paciente não necessita ficar internado na unidade para receber os medicamentos, assim sendo o serviço oferecido atende o nicho de pacientes que ainda não eram assistidos.
Entre os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) beneficiados pela iniciativa está Tafarel Marques, de 35 anos. Por conta da amputação de um pé amputado, ele precisa voltar até a unidade para se submeter a 15 sessões de aplicação de medicamentos.
“Isso facilitou porque tomava um antibiótico por dia para ficar 40 no hospital. Quando soube do Hospital Dia vim tomar os medicamentos por 14 dias consecutivos com mais conforto”, destacou.
O empresário Túlio Pinto, 63 anos, já está na 11ª aplicação de antibióticos e relata o conforto que sente pelo serviço oferecido no hospital do Estado.
“Ainda bem que temos o hospital em Boa Vista. O que tomo não é fácil de achar em farmácias e clínicas. Estive em Brasília e lá, pra minha surpresa, é muito caro tomar essa medicação. Fico feliz que aqui em Boa Vista posso tomar e o atendimento da equipe é de primeira”, relatou.
RESULTADO EM NÚMEROS
Segundo dados do Same (Serviço de Arquivo Médico e Estatística) do HGR, entre maio e setembro de 2022, as especialidades que mais demandaram ocupação de leitos foram reumatologia, infectologia e ortopedia, somando quase mil atendimentos.
Já nos primeiros quatro meses deste ano, já foram realizados 250 atendimentos na mesma especialidade. No total, com um ano de funcionamento, 1.500 pacientes receberam o tratamento personalizado.
A secretária da Saúde, Cecília Lorenzon, destacou que os números já apontam crescimento positivo para os atendimentos com o programa.
“No total, somente nesses quatro meses do ano, o levantamento demonstrou que 361 pessoas foram contempladas com o programa, o que desafoga os leitos para atender pacientes que necessitam ficar internados. Evidentemente vamos atender ainda mais pessoas. Só estamos no início do ano. Nossa preocupação é manter a qualidade de vida e evitar, por exemplo, que o paciente tenha um agravamento na internação, além de liberar leito para pessoas que necessitam”, pontuou a secretária.
Nesta sexta-feira, dia 14, é celebrado o Dia Nacional do Neurocirurgião. A data faz alusão ao médico Paulo Niemeyer, primeiro neurocirurgião do país e grande responsável por difundir métodos que contribuíram para modernização da especialidade.
Em Roraima, esse tipo de procedimento é realizado no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento). Somente em 2022, por exemplo, a unidade executou cerca de 450 procedimentos eletivos e 174 emergenciais.
“O setor [da neurocirurgia] do HGR realiza diariamente cirurgias de urgência, emergência e eletivas. Normalmente, fazemos uma ou duas cirurgias durante o dia, porque são operações demoradas com uma média de quatro a seis horas”, afirmou o coordenador geral do serviço de neurocirurgia da unidade, Alcimar Lavareda.
Conforme o médico, a neurocirurgia é um nicho que abrange várias estruturas do corpo, como a cabeça, coluna e nervos periféricos. Dada a essa complexidade, é necessário que o profissional tenha conhecimento e preparo na hora de realizar o procedimento.
“A especialidade compreende toda a parte de cirurgias intracranianas, coluna, medula, sistema nervoso central e periférico. Além de cuidar de outras patologias como traumatismo cranioencefálico, traumatismo de hack medular, lesões de neuro periféricos e patologias oncológicas”, ressaltou.
Na concepção de Lavareda, o aumento do número de cirurgias está inteiramente ligado ao crescimento populacional e a falta de autocuidado dos pacientes.
“A quantidade de cirurgias teve esse boom, nos últimos dois anos devido a migração venezuelana, Guiana e outros estados [do Brasil]. E também pela falta de autocuidado do paciente que vem de fora, que não tem esse cuidado de prevenção às más formações”, completou.
O profissional lembrou ainda da importância dos sinais de alerta, já que o surgimento de problemas como dor de cabeça, dores lombares, desmaios e crises epilépticas podem indicar que algo está muito errado com a saúde.
“No passado tínhamos poucos profissionais de neurocirurgia no estado. Hoje, esse cenário mudou e temos mais de oito neurocirurgiões que fazem esse trabalho tanto no HGR quanto na maternidade. Futuramente, pretendemos levar para o interior do estado esse serviço”, pontuou.