O Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Família, em parceria com o Ministério da Saúde, deu início à Oficina de Apresentação e Manejo da Estratégia e-SUS APS (Atenção Primária à Saúde) versão 5.3 e suas novas funcionalidades.
A oficina ocorre nos dias 20 e 21, no IERR (Instituto de Ensino de Roraima), reunindo representantes dos 15 municípios do Estado, com o objetivo de aprimorar o uso do sistema, que tem sido cada vez mais essencial para a gestão da Atenção Primária à Saúde.
Segundo a gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Família, Bruna Silva, a iniciativa busca oferecer suporte técnico aos municípios e apresentar o sistema para os novos gestores.
“A tecnologia digital é um recurso estratégico para levar os serviços de saúde mais próximos dos cidadãos, além de promover a integralidade do cuidado e ampliar o acesso à assistência de qualidade. Então, o prontuário eletrônico veio para acabar com os papéis, que às vezes se perdiam, e agora ele fica salvo, não se perdendo mais informações sobre aquele paciente”, afirmou a gerente.
O e-SUS APS permite a informatização dos serviços, garantindo mais eficiência no registro e monitoramento dos atendimentos. Entre os avanços, o sistema possibilita a adoção do prontuário eletrônico, eliminando o uso excessivo de papel e facilitando o acesso às informações do paciente de qualquer local.
“A ideia é qualificar a informação produzida pelas equipes e pelos profissionais, além de fortalecer a gestão da Atenção Primária, para que o Estado consiga analisar esses dados para qualificação e identificar o planejamento das ações no âmbito da saúde, em especial da atenção primária”, destacou a técnica do MS, Priscila Nunes.
Para os profissionais que atuam diretamente nos municípios, a atualização no manejo do sistema é essencial para esclarecer dúvidas sobre o uso do mesmo no dia a dia. O enfermeiro Cleudson dos Santos, coordenador da Atenção Básica de Mucajaí, enfatizou como a oficina auxilia na resolução de dificuldades práticas.
“A verdade, eu diria que é um dos temas mais importantes, porque o e-SUS é justamente o prontuário eletrônico, a ferramenta que nós, enfermeiros e técnicos, utilizamos todos os dias. A necessidade dessa capacitação é justamente para tirar algumas dúvidas do nosso dia a dia”, ressaltou.
O HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) reforça a importância do diagnóstico e tratamento precoce da disfagia, condição que afeta a deglutição e pode trazer sérios riscos à saúde, como desnutrição, desidratação e pneumonias recorrentes.
Na quinta-feira, 20, o setor de fonoaudiologia da unidade realizou uma panfletagem e um momento de sensibilização em alusão ao Dia Nacional de Atenção à Disfagia.
Segundo a coordenadora do setor, Emanoela Gomes, o tratamento adequado pode reduzir riscos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“A disfagia é a dificuldade para deglutir alimentos líquidos, pastosos, sólidos ou até mesmo a saliva, nos casos mais graves. Alguns pacientes com sequelas neurológicas apresentam maior predisposição para desenvolver a disfagia”, afirmou a especialista.
Entre as principais causas estão sequelas de doenças neurológicas, tumores, traumas e complicações decorrentes de intubação prolongada ou do uso de sondas de alimentação. Os sintomas mais comuns incluem tosse ou engasgos durante as refeições, sensação de alimento preso na garganta, dor ao engolir e perda de peso.
O serviço de fonoaudiologia do HGR atua há mais de 15 anos, realizando cerca de 70 a 90 atendimentos mensais, totalizando aproximadamente 1.800 procedimentos anualmente.
Atualmente, o HGR conta com uma equipe de 10 profissionais fonoaudiólogos, que atendem pacientes nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e nas enfermarias do hospital. São acompanhadas pessoas que passaram por intubação, traqueostomia ou que necessitam de sonda alimentar, sendo submetidas a uma avaliação inicial para identificar a presença de disfagia. Caso a condição seja diagnosticada, é iniciado o acompanhamento terapêutico diário, conforme a necessidade de cada paciente.
“Existem vários recursos de tratamento disponíveis. O profissional avalia qual a melhor conduta para direcionar a terapia de cada paciente, para que ele possa retomar a alimentação via oral de forma segura, evitando episódios de pneumonia, broncoaspiração e outros problemas que podem prejudicar a saúde de forma geral”, explicou.
A CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) deu início, nesta terça-feira, 18, à Oficina de Qualificação Técnica sobre a Construção do Plano de Contingência e Estrutura de Resposta. A atividade seguirá até quinta-feira, 20 e é voltada principalmente para profissionais das áreas de planejamento e resposta.
Estão participando representantes de instituições como a Sesau, o Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CEPDE/RR), o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Leste e Yanomami, a Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Secretaria Municipal de Saúde.
O objetivo da oficina é definir um plano que contemple as responsabilidades de cada organização, as prioridades e medidas iniciais a serem adotadas, além de detalhar a alocação de recursos para situações emergenciais em saúde pública. As principais prioridades serão: dengue, febre amarela, influenza e manejo de desastres naturais, como inundações e secas.
Segundo Valdirene Oliveira, coordenadora geral da CGVS, o plano busca organizar o processo de preparação, resposta e alerta em todas as áreas da saúde. "Nos permite nos preparar para agir em situações de urgência, emergência, surtos e epidemias de qualquer natureza", afirmou.
O gerente do Núcleo de Vigilância em Desastres, Guaracy Cabral, ressaltou que o objetivo das reuniões é estruturar a resposta do setor de saúde em Roraima, em parceria com outras instituições, para enfrentar possíveis emergências em saúde pública.
"Já vivenciamos o cenário de uma pandemia de Covid-19, quando houve uma articulação similar entre as instituições. Agora, precisamos de um documento norteador, e o plano de contingência é essencial para que possamos planejar, responder e recuperar os territórios atingidos", explicou.
A Sesau (Secretaria de Saúde) reuniu órgãos públicos estaduais e federais nesta terça-feira, 18, para iniciar a primeira escuta dos indígenas que ocupam o espaço onde será feita a nova Maternidade. Localizado no bairro Dr. Silvio Botelho, o espaço hoje é um ginásio esportivo desativado desde 2016 e passou a ser uma ocupação de indígenas venezuelanos imigrantes que não são assistidos pela Operação Acolhida.
Nesse momento de escuta participaram também a Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Ministério Público Federal, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria de Povos Indígenas, e ainda órgãos não governamentais, como a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
"Estamos aqui hoje realizando uma audiência para poder comunicar a eles dos projetos que a Sesau possui atualmente em andamento, que é a construção de uma futura maternidade, tentar sensibilizá-los da importância dessa obra e também construir algumas alternativas viáveis para a realocação dessa comunidade para algum outro espaço", explicou o coordenador de Assuntos Normativos da Sesau, Matheus Lima Melville.
A consulta faz parte de um compromisso legal para garantir que os povos indígenas sejam ouvidos antes da execução de projetos que possam impactar as famílias. O processo é assegurado por convenções e tratados, reforçando a necessidade de diálogo entre os órgãos públicos e a população indígena.
"A escuta da comunidade é muito importante, porque decorre de convenções, acordos e tratados internacionais relacionados aos povos indígenas, é um processo necessário e nós possibilitamos que eles apresentem, ao poder público, as demandas deles para que busquemos alternativas de atendê-los da melhor forma", complementou.
A nova estrutura será construída em uma área estratégica da Zona Oeste, facilitando o acesso da população aos serviços de saúde materno-infantil e beneficiando também a comunidade indígena.
"A localização é privilegiada, fica em um bairro muito populoso da Zona Oeste e que pode trazer uma oferta de serviços para as mãezinhas e os bebês dessa comunidade aqui, até mesmo atendendo aos indígenas", destacou Melville.
Março é um mês de celebração para as mulheres e reforça a necessidade de cuidados com a saúde feminina. A endometriose é uma das doenças que mais afeta o público feminino, atingindo uma a cada 10 mulheres.
Segundo a ginecologista Vanessa Gama Cavalcante, especialista no tratamento da endometriose no Centro de Referência em Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin, o diagnóstico pode levar até uma década para ser identificado corretamente, e isso se deve, muitas vezes, à normatização dos sintomas.
“A cólica, dor na hora da relação, aumento do volume do sangramento, muitas pessoas acham que isso é normal. Tanto pacientes quanto médicos normatizam isso, não investigam, e a mulher passa muito tempo sem o diagnóstico correto. Inclusive, pode ser assintomática; a pessoa pode ter endometriose e não apresentar nenhum sintoma”, afirmou a especialista.
Outros sintomas variam e podem incluir dores intensas, alterações intestinais no período menstrual e infertilidade. O diagnóstico pode ser feito por exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética.
O tratamento é realizado clinicamente, envolvendo mudanças no estilo de vida, como boa alimentação e atividade física, além do uso de medicações hormonais e suplementos para reduzir a inflamação. A cirurgia é indicada apenas em casos específicos.
“A grande maioria das mulheres consegue tratar clinicamente sem precisar de cirurgia. Na verdade, tentamos até evitar, porque pode acontecer de a paciente precisar de mais de uma cirurgia ao longo da vida”, explica a especialista.
A endometriose é uma doença que se desenvolve fora do útero, afetando outros órgãos da região pélvica e causando inflamações. Por isso, é importante destacar que, em casos de cirurgia, não se retira o útero, pois essa não é uma solução definitiva para a condição, já que os focos da doença podem continuar ativos em outras áreas. A cirurgia, quando necessária, tem o objetivo de remover as lesões.
“Essa cirurgia é para retirar os focos visíveis que estão crescendo fora do útero, mas não é sempre que a paciente precisa, e, na verdade, são casos específicos, uma minoria dos casos”, esclarece a médica.
FLUXO DE ATENDIMENTO
A ginecologista Vanessa reforça a importância de que as mulheres que suspeitam da doença busquem orientação médica e garantam um diagnóstico precoce, essencial para a qualidade de vida e o bem-estar.
“As pacientes que têm queixas de cólicas, que atrapalham sua vida, não devem acreditar que aquilo é normal na vida delas, então têm que procurar ajuda”, alertou.
A primeira etapa é buscar atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), onde a investigação pode ser iniciada e, se necessário, a paciente será encaminhada para um especialista.
“O médico do posto de saúde é habilitado a iniciar essa investigação, e, ao realizar o diagnóstico, pode encaminhar para um ginecologista fazer esse acompanhamento. O ginecologista pode ser do próprio município ou aqui no Centro de Referência, no ambulatório de ginecologia, onde também fazemos esse acompanhamento clínico da endometriose”, acrescentou.
O Centro de Referência de Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin fica situado na Avenida Capitão Júlio Bezerra, 1632, bairro Aparecida. Para informações sobre consultas ambulatoriais, estão disponíveis os telefones (95) 98416-6166 e (95) 98410-2664.