Profissionais de saúde de diversas unidades hospitalares de Roraima participaram nesta sexta-feira, 16, de um treinamento voltado para o Protocolo de Morte Encefálica.
Esse curso aprimorou o conhecimento técnico e legal sobre o diagnóstico e fortaleceu as práticas de notificação de potenciais doadores de órgãos.
O curso abordou temas essenciais para a aplicação correta do protocolo, que é um procedimento obrigatório segundo as normativas do Ministério da Saúde. Além dos aspectos técnicos, os profissionais receberam orientações sobre a abordagem familiar para a comunicação de más notícias, um dos momentos mais delicados do processo.
A expectativa é que o treinamento contribua para aumentar o número de notificações e potenciais doadores em Roraima, fortalecendo a Central Estadual de Transplantes e garantindo que mais vidas sejam salvas por meio da doação de órgãos.
A diretora-geral do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), Patrícia Renovato, ressaltou que é essencial manter a equipe hospitalar atualizada sobre os procedimentos de morte encefálica.
"É importante para que todo o corpo clínico do hospital tenha conhecimento, e para que possamos dar continuidade às notificações de pacientes de morte encefálica. É um trabalho que nós já temos desenvolvido desde 2014, e nesses últimos três anos nós temos intensificado. Melhoramos e aumentamos em mais de 70% as notificações de familiares dentro da unidade”, disse.
Entre os profissionais presentes, o médico intensivista Kaio Figueiredo, que atua na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HGR, falou sobre a importância do treinamento para ampliar a captação de órgãos no Estado.
“A importância da capacitação para a morte encefálica está principalmente relacionada a dar oportunidade de coletar esses órgãos que tenham viabilidade para poder salvar outras vidas, principalmente em relação a pacientes que estão há muitos anos na fila de espera aguardando a doação de um órgão”, frisou Kaio.
Nesta quarta-feira, 15, profissionais, estudantes e mães de recém-nascidos internados no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, receberam uma oficina sobre cuidados neonatais e o Método Canguru.
Promovido pelo Núcleo da Criança, Adolescente e Jovem da Sesau (Secretaria de Saúde), a ação especial celebra o Dia Internacional do Método Canguru.
O objetivo é reforçar a importância do método como estratégia de cuidado humanizado a bebês prematuros e de baixo peso, tanto dentro do ambiente hospitalar quanto no acompanhamento das famílias na atenção primária dos municípios.
“O Método Canguru visa justamente um cuidado humanizado à assistência ao prematuro e ao recém-nascido de baixo peso. Hoje trabalhamos o método dentro da Maternidade, mas também nos municípios com a Atenção Primária, onde a Estratégia de Saúde da Família faz esse acompanhamento desses bebês de baixo peso e prematuro, assim evita que eles tenham retorno ao HMI sem necessidade”, afirmou a gerente do Núcleo, Christianny Filgueiras.
A acadêmica Paula Alves, de 30 anos, está cursando o sexto ano de medicina da UFRR (Universidade Federal de Roraima) destacou a relevância da experiência de ter o contato com o método ainda na formação.
“Enquanto acadêmica de Medicina é muito importante ver como são as realidades dos bebês prematuros, e também como que a equipe trabalha com eles. Nosso primeiro contato com esse método é durante a faculdade, durante o internato, e vemos como esse método ajuda no desenvolvimento neurológico das crianças, no afeto com a mãe e pai”, ressaltou a estudante.
O MÉTODO
O trabalho realizado pela UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) do Hospital Materno Infantil, é focado no trabalho de diminuir o máximo de sequelas possíveis do bebê, além de atendimentos voltados para o desenvolvimento deles, como o Método Canguru.
A prática do Método Canguru tem como vantagens o maior vínculo mãe-filho, estimula o aleitamento materno, contribui para a redução do risco de infecção hospitalar, reduz o estresse e a dor dos recém-nascidos de baixo peso, propiciando melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, possibilita maior competência e confiança dos pais no manuseio do seu filho, inclusive após a alta hospitalar.
A coordenadora do Método Canguru na Maternidade, Márcia Sartor, reforçou que o Brasil é referência na adoção da metodologia, que tem como base a proteção ao desenvolvimento dos recém-nascidos.
“Essa data, 15 de maio, representa o início da mobilização desse cuidado humanizado mundialmente. O método canguru traz como princípios básicos as diretrizes, realizar a proteção neurológica desse bebê, realizar e estimular o vínculo afetivo entre o pai, a mãe e o bebê que isso é fundamental, apoiar o alemão”, destacou a coordenadora.
A mãezinha Lorena da Silva, de 23 anos, teve a pequena Melinda prematuramente com 35 semanas de gestação, por essa razão a neném precisou ficar internada na UTIN. Ela afirma que o contato pele a pele é um momento de troca e segurança com a sua filha.
“Eu senti que o Método do Canguru traz aquela segurança para o bebê em estar ali no colo da mãe, sente aquele calor, um momento de troca entre a mãe, o bebê e o pai também, meu esposo sempre faz também, e vemos que ela tá reagindo mais”, comentou a mãe.
A CET-RR (Central Estadual de Transplantes), de Sesau (Secretaria de Saúde), realizará na sexta-feira, 16, uma habilitação sobre o Processo de Morte Encefálica e os procedimentos relacionados ao protocolo de diagnóstico.
O treinamento será conduzido pela OPO (Organização de Procura de Órgãos), no Núcleo de Estudos Enfermeira Patrícia Pena D’Ávila no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), às 8h.
A ação visa habilitar médicos e profissionais de saúde que atuam em hospitais de Roraima com leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), como o HGR, o Hospital da Criança Santo Antônio e unidades particulares que possuem UTI, para a realização do protocolo em conformidade com as normativas nacionais.
Segundo o coordenador da OPO, médico Don Martins, o treinamento é essencial para assegurar que os protocolos sejam seguidos com precisão, contribuindo para a eficiência e segurança de todo o processo de notificação e captação de órgãos.
"O objetivo é treinar profissionais e habilitá-los a realizar o protocolo tanto em Roraima quanto nacionalmente. Esse treinamento é disponibilizado para todos os hospitais do Estado que possuem leitos de UTI. A ideia é que tenhamos profissionais cada vez mais capacitados para cobrir o maior número de leitos, para que tenhamos uma condução adequada quando houver indicação de notificação", afirmou o médico.
A Central realiza este curso duas vezes ao ano, como parte do plano estratégico de qualificação contínua dos profissionais de saúde do Estado. A iniciativa busca fortalecer a segurança e a eficiência dos protocolos relacionados à notificação e captação de órgãos, garantindo que o processo ocorra de forma ágil, ética e humanizada. Nesta edição, 16 profissionais previamente selecionados participarão.
Além dos aspectos técnicos, o curso aborda questões legais e práticas relacionadas à abordagem familiar e ao protocolo para comunicação de más notícias, capacitando os profissionais a conduzirem o processo com sensibilidade, ética e clareza. A formação também promove a discussão de estratégias para qualificar a notificação de potenciais doadores e assegurar que o diagnóstico de morte encefálica seja realizado conforme os critérios estabelecidos na legislação vigente.
SOBRE A CET-RR
Em funcionamento desde 2015, a CET-RR está conectada às demais centrais de todo o país. Como o Estado não realiza as cirurgias de transplantes, a unidade funciona como unidade de captação de possíveis doadores, a partir da autorização dos familiares.
Com o consentimento da família, uma equipe cirúrgica de outro Estado vai a Roraima para fazer a captação no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento). Os órgãos são ofertados na Central Nacional, para que um receptor em qualquer estado brasileiro seja beneficiado.
O Estado de Roraima realizou, até o momento, sete procedimentos de captação de órgãos, sendo o último ocorrido em novembro de 2023, com um paciente do HGR.
No ano de 2022, a Central realizou 57 notificações, 11 entrevistas familiares, e uma captação de órgãos. Em 2023, o número de notificações foi de 62, com oito entrevistas familiares, mas infelizmente não houve captações. Em 2024, 58 notificações e em 2025 já são 35 notificações no primeiro trimestre.
“Temos a meta de ter mais de 70 notificações em 2025 e ter pelo menos duas captações nos próximos meses, e objetivos de ter uma equipe de captação local e implantação também do processo de captação local dentro do HGR”, destacou o coordenador da Central.
Prevenir infecções em ambientes hospitalares é uma tarefa contínua que exige organização, protocolos bem definidos e engajamento de todas as equipes. Em Roraima, esse trabalho é conduzido pelo Núcleo Estadual de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Paciente, CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), que atua monitorando as unidades de saúde e promovendo capacitações ao longo do ano.
Esse trabalho tem mostrado resultados concretos graças às ações de controle e prevenção implementadas nas unidades de saúde do Governo de Roraima, os índices de infecção hospitalar estão em queda, mantendo-se abaixo do limite de 5% estipulado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Entre os destaques, está a redução de 8,5% para 3% nas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) adulto no período de 2021 a 2024. Já na UTI Neonatal, o índice está abaixo de 1,5% desde 2022, enquanto nos partos cirúrgicos, o percentual está estabilizado em 3% também desde 2022.
Somente em 2023, o Núcleo realizou visitas técnicas, inspeções sanitárias, encontros estaduais e um planejamento estratégico com os serviços de saúde, com o objetivo de identificar gargalos e apoiar a definição de prioridades. Agora, o foco é acompanhar se as ações propostas estão sendo efetivamente implementadas.
Nesta quinta-feira, 15, é comemorado o Dia Nacional do Controle de Infecções Hospitalares, estabelecido pela Lei 11.723/2008, e tem como objetivo sensibilizar a população, gestores e profissionais da saúde quanto à importância do controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.
“Essas infecções podem resultar em internações prolongadas, uma incapacidade de longo prazo desse paciente, aumento de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos que nós temos disponíveis, além da própria dor, do sofrimento e da morte eventual de um paciente devido a uma infecção hospitalar”, afirmou a gerente do Núcleo, Suelen Belo.
Além das ações diretas com os serviços de saúde, o Núcleo também divulga materiais técnicos, notas e boletins informativos, participa de eventos promovidos pela Anvisa e incentiva o uso correto de práticas como a higiene das mãos, o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e a adesão aos protocolos de prevenção em procedimentos como cirurgias e inserção de cateteres e nas cirurgias.
“Todo profissional de saúde deve ter sempre em mente que o controle das infecções é primordial no cuidado com os pacientes, desde a higiene correta das mãos, do uso dos EPIs, seguir os protocolos de precaução e os checklists que devem ser realizados, por exemplo na inserção de cateteres nas cirurgias”, destacou Suelen.
O próximo passo do núcleo será o III Encontro Estadual de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Paciente, que ocorrerá no dia 27 de maio, reunindo profissionais de todas as regiões do Estado para troca de experiências e fortalecimento das ações em rede.
A Semana da Enfermagem iniciou nesta terça-feira, 13, com uma programação especial, a fim de atender às principais necessidades e esclarecer dúvidas que surgem no cotidiano hospitalar.
Promovida pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem), em parceria com a Secretaria de Saúde, o curso ocorreu simultaneamente nos principais hospitais de Boa Vista, como o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, Hospital Universitário, Pronto Atendimento Cosme e Silva, Hospital Lotty Íris e Hospital da Criança Santo Antônio.
A ação nas unidades da capital seguirá até o dia 14, e tem como objetivo valorizar os profissionais da categoria, proporcionando capacitação, troca de experiências e atualização sobre temas essenciais para a prática diária.
"Essa parceria que o Coren tá fazendo com todas as unidades do estado é para atender as necessidades dos servidores de enfermagem em alusão ao Dia do Enfermeiro e do Técnico de Enfermagem. Estaremos tirando dúvidas e esclarecendo alguns assuntos para melhorar os cuidados voltados aos pacientes para evitar erros", explicou Joelma Rebouças, diretora de enfermagem do HGR.
Segundo Joelma, cerca de 1.700 enfermeiros e técnicos de enfermagem atuam na unidade, sendo divididos por turnos. Ressaltou ainda o papel essencial da enfermagem dentro do ambiente hospitalar.
"A nossa profissão é importante porque a enfermagem cuida. Então, nesse cuidado, nos dedicamos não só à assistência total ao paciente, como também escutamos e ajudamos na parte emocional, tanto para o paciente como para o familiar", completou.
As palestras ocorrem durante os três turnos da manhã, tarde e noite, além de rodas de conversa e atividades práticas nas tendas instaladas ao lado de fora do hospital. Segundo Érika Madeleine Carvalho, conselheira do Coren, a escolha de realizar as ações diretamente nas unidades hospitalares foi para facilitar o acesso dos profissionais aos treinamentos.
"Esse ano o Coren inovou, fazendo atividades voltadas estritamente para os profissionais de saúde. Antes fazíamos atividades nas universidades, nas salas de aula, e os profissionais não conseguiam sair do serviço para receber essa educação em saúde. Então tivemos a ideia de fazer as tendas do Coren nos principais hospitais do estado", explicou Érika.
Nos dias 15 e 16 de maio, a programação seguirá para os municípios de Amajari, São João da Baliza, São Luiz, Normandia e Caracaraí, com atividades específicas voltadas para os profissionais de enfermagem que atuam nessas regiões.
Entre os profissionais que participaram das palestras no HGR está o técnico em enfermagem, Francimar Rodrigues, que trabalha na hemovigilância do HGR, e destacou a importância da iniciativa.
"Antes tínhamos que nos dirigir a outros órgãos fora da unidade. Isso dificultava muito os colegas que estavam de plantão, ficava ausente desses cursos que o Coren oferece durante a Semana da Enfermagem. Então isso está oportunizando a nós aqui, profissionais que trabalhamos dentro das unidades, a participar desses cursos que são importantes para o conhecimento de todos nós", afirmou.