Com foco no uso ético e estratégico de ferramentas de IA (Inteligência Artificial) na rotina profissional, a Sesau (Secretaria de Saúde) promoveu nesta quinta-feira, 7, uma palestra sobre os conceitos de IA generativa, produtividade digital, uso responsável de dados e exemplos práticos aplicados à saúde pública.
Com o tema “Inteligência Artificial no Serviço Público: do futuro ao agora”, a manhã de conhecimento ocorreu no auditório da Etsus (Escola Técnica de Saúde do SUS) e reuniu servidores de diversas coordenadorias e unidades de saúde da Sesau.
“Percebemos que muitos colegas da Sesau têm dificuldade de conhecer a tecnologia ou até preconceito com algumas pessoas que estão utilizando. Então, a ideia é abrir a mente do servidor, plantar uma semente para que possamos desenvolver esses servidores utilizando a inteligência artificial, melhorar a produtividade, análise de dados e, quem sabe evoluir dentro da Secretaria com esse tipo de curso”, afirmou diretor técnico do Complexo Regulador, Don Martins.
A palestra contou ainda com a participação do coordenador da Comissão Permanente de Sindicância da Sesau, Adriano Coelho, que abordou os principais pontos da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e a relação direta com o uso da tecnologia no serviço público.
“A Lei Geral de Proteção de Dados vem para limitar o alcance ao acesso à informação, que não pode ser de qualquer maneira. Quanto a informações sensíveis, quais informações podemos ter acesso, quais informações o público pode ter acesso, temos que capacitar os nossos servidores para entenderem os limites da nossa informação”, explicou Adriano.
Para a responsável pelo Departamento de Regulação, Adriela Gomes, o conteúdo abordado é uma ferramenta essencial para o aperfeiçoamento das rotinas administrativas e da gestão dos serviços públicos de saúde, especialmente em áreas de alta demanda, como a regulação.
“A palestra vai expandir o nosso conhecimento em relação às demandas com a inteligência artificial. A Secretaria de Saúde hoje tem uma demanda muito alta e acredito que essa inteligência artificial hoje pode contribuir. A parte da proteção de dados também é importante para o servidor entender o limite de quando poder usar, quando não usar, saber o dever e o entendimento do que isso pode causar também”, destacou Adriela.
A Sesau (Secretaria de Saúde) promove nesta quinta-feira, 7, e sexta-feira, 8, uma qualificação de Agentes Comunitários de Saúde para as ações de enfrentamento da hanseníase em Boa Vista.
O evento é realizado em parceria com o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Boa Vista, e faz parte de uma ação de eliminação da doença no Brasil até 2030. A programação seguirá até sexta-feira, 08, no auditório do CCTI (Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação).
“A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, silenciosa e negligenciada, então geralmente quando a população busca a unidade de saúde já está no nível bem avançado. Qualificar esses profissionais vai nos ajudar a identificar de forma mais precoce pacientes com esse agravo”, afirmou a gerente do Núcleo de Controle da Hanseníase, Keiciane Matos.
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode acometer pessoas de qualquer idade e sexo. Apesar do estigma, a doença tem cura, e o tratamento está disponível gratuitamente pelo SUS. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar incapacidades físicas e a transmissão.
A oficina tem como foco ampliar a busca ativa, combater o preconceito e fortalecer as ações de educação em saúde. Durante os dois dias de formação, os agentes receberão orientações sobre identificação de sinais e sintomas, prevenção de sequelas, além de estratégias de combate ao preconceito relacionado à doença.
“Essa capacitação visa a o diagnóstico precoce dessa doença, que é uma doença tão estigmatizada e de diagnóstico tardio. Essa capacitação vai beneficiar tanto os Agente que vão nas visitas domiciliares, vão poder saber identificar essa doença mais precocemente e assim tem um diagnóstico e um tratamento eficaz durante todo o processo da doença”, explicou coordenadora do Núcleo de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista, Rafaela Siqueira.
Mariane Portela está há um ano atuando como agente de saúde no bairro Santa Luzia, em Boa Vista, e entre as qualificações que participou essa é a primeira voltada para a hanseníase, por isso, espera ampliar seu conhecimento para melhorar os atendimentos no cotidiano.
“Eu entrei na última chamada de agente de saúde, então ainda não tinha acontecido nenhuma capacitação a respeito desse tema. É muito importante porque é um assunto muito delicado, é uma doença que se espalha, realmente precisamos ter essas capacitações para poder atender o melhor possível no nosso trabalho”, afirmou Mariane Portela.
Roraima não registra casos de sarampo desde 2019, contudo a Sesau (Secretaria de Saúde) trabalha para manter o cenário e alertar a população sobre a importância de atualizar o Cartão de Vacinação e garantir a aplicação das duas doses da vacina Tríplice Viral, disponível nas UBS (Unidade Básica de Saúde).
A decisão de reforçar o alerta em Roraima segue a recomendação do Ministério da Saúde, após a confirmação de 24 casos no Tocantins. A maioria dos pacientes não estava vacinada e teve contato com pessoas de outros países onde o vírus circula, como a Bolívia, que atualmente está passando por um surto.
“Temos bastante fluxo de pessoas, não somente de estudantes, mas também turistas que fazem viagens para esse país. Queremos reforçar a importância da vacinação contra o sarampo, a vacina é segura, temos estudos acerca dessa vacina e ela é liberada em todos os os postos de saúde da nossa rede”, destacou a gerente do Núcleo de Doenças Exantemáticas, Karen Alves.
RISCO ALTO
A Sesau alerta que o risco de reintrodução do sarampo é alto, especialmente em regiões de fronteira como Roraima, devido ao fluxo de pessoas vindas da Venezuela e da Guiana. Por isso, manter a vacinação em dia é essencial para evitar surtos e proteger crianças, adolescentes e adultos.
“É muito importante ressaltar que se você viajou para algum lugar que está tendo circulação do vírus ou mesmo você teve contato com alguém que estava viajando [...] e teve sintomas como febre alta e principalmente o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo [...] é muito importante buscar de imediato um atendimento para que possa ser feita toda a investigação se você está com a doença ou não”, enfatizou Karen.
A vacina tríplice viral, protege contra sarampo, rubéola e caxumba, e está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde. Ela deve ser aplicada em duas doses e é voltada especialmente para crianças a partir de 1 ano, mas também indicada para adultos que ainda não completaram o esquema vacinal ou que necessitam de reforço.
“Dessas três doenças, o sarampo é o mais grave, pois ela possui complicações maiores. Então, por conta disso, reforçamos que a vacinação é muito importante para o público infantil, mas também dos adultos, tendo em vista que algumas pessoas com o passar do tempo vão perdendo a imunidade ou que não foram vacinadas anteriormente, deve ser feito também esse reforço da vacinação”, acrescentou.
Além da vacinação, a Sesau orienta atenção especial para pessoas que viajaram ou irão viajar a países onde o vírus está em circulação, como Bolívia, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Belize e Peru, além dos países da Europa e África. Em caso de sintomas como febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse, coriza e conjuntivite, é fundamental procurar imediatamente uma unidade de saúde e não se automedicar.
“Nos últimos anos, nós tivemos uma melhora da cobertura vacinal desta vacina. Em 2025, no primeiro semestre, nós pontuamos mais de 90% da população alvo vacinada, porém a segunda dose ainda está com um percentual abaixo do preconizado com 64%, e a meta é de que 95% das crianças estejam vacinadas para garantir essa proteção completa”, complementou a gerente.
A CGAB (Coordenadoria Geral de Atenção Básica), da Sesau (Secretaria de Saúde), promoveu na terça-feira, 5, uma oficina voltada aos tutores da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. A iniciativa teve como foco a proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, e faz parte do cronograma de ações de fortalecimento da Sesau para aprimorar a assistência às crianças de 0 a 2 anos de idade.
“A correta prática da estratégia é trabalhar com os profissionais de saúde, e vamos estar levando para os usuários informações sobre o aleitamento materno e alimentação complementar”, explicou a gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Alimentação e Nutrição, Maria do Livramento Costa.
A oficina abordou desde a prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, até a introdução adequada de alimentos complementares, reforçando a importância de registros no sistema de informação e da atuação dos profissionais junto às famílias. Entre os participantes, a avaliação foi positiva, principalmente pelo impacto direto na rotina de atendimento e acompanhamento das famílias.
“Eu achei muito interessante a palestra porque pôde ajudar tanto nós profissionais a cuidar da mãe que amamenta e também da saúde da criança, evitando que aquela criança não tenha os seus direitos da amamentação evitados logo no início. E também ajuda nós profissionais a como tratar melhor a população", ressaltou a nutricionista do município de Alto Alegre, Renata Souza.
Outro ponto levantado foi a atualização de práticas e estratégias adaptadas à realidade local das comunidades. “É uma forma deles fazerem uma estratégia para lidar com a população de diferentes formas, conforme o poder aquisitivo de cada usuário", destacou a técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista, Patrícia Costa.
O Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth promoveu uma capacitação voltada à saúde bucal de recém-nascidos, com foco no teste da linguinha baseado no protocolo de Bristol. A formação atendeu à demanda do Dsei Leste (Distrito Sanitário Especial Indígena Leste) e contemplou 33 cirurgiões-dentistas, com o objetivo de aprimorar o diagnóstico e o tratamento precoce de alterações que possam comprometer a amamentação nas comunidades indígenas.
“O curso teve uma etapa teórica, realizada no auditório da Maternidade, e uma fase prática, onde os profissionais puderam treinar os procedimentos, incluindo a realização da frenectomia funcional”, explicou o diretor-geral do HMI, Manuel Roque.
A frenectomia é um procedimento simples que consiste na remoção do frênulo lingual (conhecido como freio da língua). Quando esse tecido é curto ou espesso, pode restringir os movimentos da língua, dificultando a sucção durante a amamentação, a deglutição e, futuramente, até a fala. A condição, chamada anquiloglossia, pode provocar baixo ganho de peso e problemas nutricionais nos bebês.
A capacitação visa permitir que os próprios profissionais do Dsei realizem o diagnóstico e, se necessário, o procedimento nas comunidades, evitando deslocamentos para a capital.
“Antes, esses bebês precisavam ser encaminhados à Maternidade, internar por 24 horas e ocupar leitos. Agora, com a equipe treinada, o atendimento será mais ágil e resolutivo, dentro das próprias comunidades”, completou o diretor-geral.