O estado de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), foi uma das unidades federativas da Região Norte que recebeu da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a certificação de metas atingidas nos OKRs (Objetivos e Resultados-chave, do inglês Objectives and Key Results).
Conforme a gerente do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Paciente, Suelen Belo, a solenidade de certificação foi realizada no início de outubro em Brasília. A pactuação da iniciativa com os Estados do Norte ocorreu em outubro de 2023.
“No caso de segurança do paciente e controle de infecções foram elencados dois objetivos para cada região do Brasil. A Região Norte tinha os seus objetivos e Roraima recebeu os certificados neste ano, durante a reunião nacional, atestando que o Estado conseguiu alcançar as metas pactuadas no ano passado”, destacou.
O reconhecimento da Anvisa significa um marco para a saúde de Roraima, uma vez que reafirma que as unidades hospitalares do Estado estão empenhadas em desenvolver as melhores práticas de controle de infecções e em segurança do paciente, reforçando o engajamento da atual gestão da Sesau em alcançar as metas nacionais de vigilância sanitária.
“Toda assistência à saúde pode gerar uma infecção ou um dano. Isso é um fator inegociável, erros humanos podem acontecer e o que nós priorizamos é que isso não aconteça. Então, todas as formas de prevenção e controle são importantes para evitar que esses eventos aconteçam ou que sejam reduzidos ao mínimo possível. Por isso é importante reforçar as melhores práticas em segurança do paciente e controle de infecções”, frisou Suelen.
Crianças nascidas no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista, e Maternidade Thereza Monay Montessi, em Rorainópolis, poderão ser registradas na própria unidade, conforme o local de residência dos familiares.
Com isso, o Estado se torna o primeiro em todo o país a interligar os cartórios de todos os municípios. A iniciativa é fruto da união entre Sesau (Secretaria de Saúde), CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Anoreg (Associação dos Notários e Registradores do Estado de Roraima), Setrabes (Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social) e Seedis (Secretaria Extraordinária de Promoção, Desenvolvimento e Inclusão Social), além das comarcas do Poder Judiciário do Estado de Roraima.
“A Maternidade já conta há algum tempo com a unidade interligada dos cartórios. Temos o projeto Colo de Mãe, que faz todo o acolhimento às mães que já tiveram os bebês nos alojamentos conjuntos, incentivando, sensibilizando os paizinhos para que eles saiam já daqui com seus filhos registrados” afirmou o diretor Administrativo do HMI, Edgar Hoover.
Mais facilidade para registrar os recém-nascidos
Em ambas as unidades, o recém-nascido já sai com a Certidão de Nascimento, RG e CPF em mãos, além de teste de triagem neonatal (Olhinho, Pezinho e Coraçãozinho) e vacinas em dia.
Com o acréscimo do serviço, as mães podem escolher entre duas competências para o Registro Civil, local de nascimento ou local da residência da mãe.
“Às vezes a mãe não registra na Capital porque quer registrar na região próxima onde você mora, e acabava voltando para a sua região e não realizava o registro. Então começamos a perceber que havia essa discrepância, principalmente quando eram relacionadas a pessoas do interior do estado”, explicou a presidente da Anoreg, Kennya Távora.
Moradora do município de Caracaraí, na região Centro-Sul, Arlessa Oliveira veio de ambulância acompanhando sua filha para ser atendida na Maternidade de Boa Vista.
Por ser uma avó de sua primeira netinha, ela destaca a facilidade que a novidade trouxe para o registro de crianças no Estado.
“Eles passam para avisar nos blocos se queremos registrar na Maternidade, era só ir ao cartório da unidade. Onde eu moro tem cartório, mas têm muitos lugares que não têm, e vir aqui no cartório [da Maternidade] já facilita a vida de muita gente”, destacou a dona de casa.
No HMI, o setor de Registro de Nascimentos atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30. Para fazer o registro é necessário a Declaração de Nascido Vivo e o RG do pai ou da mãe, além da Certidão de Casamento quando a paciente é casada.
No caso de paciente indígena, é fundamental a apresentação de certidão emitida pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).
“Se os pais forem casados, a mãe sozinha poderá registrar com o nome do pai apresentando a certidão de casamento. Se forem divorciados, a certidão de divórcio com averbação, se não são casados o pai deve estar presente para o registro”, acrescentou a presidente da Anoreg.
A vigilância entomológica e o controle vetorial da malária têm sido os principais pontos abordados na oficina promovida desde o dia 07 de outubro em Rorainópolis, município situado na região sul do Estado.
A atividade é uma iniciativa do Governo de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), com o apoio do Ministério da Saúde e da Transnorte Energia, empresa responsável por conectar o Estado ao Sistema Interligado Nacional de energia, através do Linhão de Tucuruí.
De acordo com o gerente do Núcleo de Controle da Malária, Gerson Castro, a oficina faz parte das ações previstas no Calendário Nacional de Eliminação da Malária, tendo como propósito fortalecer o desenvolvimento de iniciativas de vigilância e controle para a redução da incidência de casos nos municípios roraimenses considerados prioritários.
“O objetivo da oficina é treinar e refinar a conduta dos técnicos em entomologia e controle vetorial, visando uma melhor vigilância, realizar um trabalho mais elaborado em relação à malária, com a identificação de criadouros, do tipo de mosquito transmissor, além do controle do vetor, tanto por borrifação intradomiciliar [dentro dos domicílios] quanto peridomiciliar [área externa das residências]”, afirmou.
Além de Rorainópolis, a oficina conta com a participação de técnicos dos municípios de Boa Vista, Cantá, Caracaraí e Mucajaí.
“Também estamos ministrando ações voltadas para os agentes de endemias, para que eles possam ser multiplicadores de conhecimento em seus municípios, atuando de forma mais organizada, com foco e economicidade”, ressaltou Castro.
O agente de endemias de Rorainópolis, Clayson Batista, acredita que a equipe do município terá maior dinamismo com os novos ensinamentos.
“Esse curso é fundamental para a nossa atuação, pois possibilita que nossa equipe aprimore as atividades, tanto no combate quanto no controle dessa doença. Ele também nos permite intensificar o plano de eliminação da malária”, completou.
As ações da oficina seguem até esta sexta-feira, dia 18, resultando em uma carga horária de 80 horas.
A organização de ações de controle da febre amarela na região de fronteira será tema de uma reunião entre técnicos da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria de Saúde), membros da equipe técnica de Saúde do Município de Bonfim e autoridades da Guiana.
O encontro ocorre após o Estado confirmar o segundo caso do tipo silvestre em 2024, em um paciente de 13 anos, residente da comunidade de Awarewanau Village, no país vizinho.
Segundo informações do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, o paciente manifestou os primeiros sintomas compatíveis com a febre amarela no dia 30 de setembro, sendo transferido do Hospital de Lethem para o HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), em Boa Vista.
A confirmação da doença pelo Lacen-RR (Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima) ocorreu no dia 11 deste mês. O paciente encontra-se em tratamento, com bom estado clínico, sob os cuidados da equipe de infectologia do HGR.
“A equipe de Infectologia do HGR prontamente organizou todo o protocolo de manejo deste paciente, incluindo a notificação e coleta de exames. Após isso, o paciente foi para a UTI e está respondendo bem ao tratamento”, ressaltou a gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos.
O primeiro caso de febre amarela silvestre deste ano foi identificado em março. O paciente, de 17 anos, morador de uma região próxima à cidade de Lethem, foi tratado e acompanhado pelos profissionais do HGR, seguindo todos os protocolos previstos pela CGVS, recebendo alta após cura.
VACINA É NECESSÁRIA
Diante da confirmação de mais um caso importado, a Sesau alerta a população sobre a necessidade de se vacinar contra a doença. O imunizante está disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde.
“É importante informar para toda a população que a melhor e maior prevenção é a vacina. Neste período de compras, em que ocorre a caravana de todos os municípios, inclusive de outros estados para Lethem, é necessário que as pessoas tenham tomado a vacina contra a febre amarela pelo menos 15 dias antes de viajar”, explicou Rosângela.
A gerente informa ainda que a população pode ajudar a fortalecer a vigilância da febre amarela comunicando às autoridades sanitárias caso encontre animais (macacos ou bichos-preguiça). A vigilância de epizootias é essencial para evitar casos em humanos.
“Se você viu um macaco morto ou doente, avise as autoridades de endemias do seu município para que as medidas necessárias sejam providenciadas. Isso não significa que ele esteja transmitindo, mas ele é o nosso alerta de que o vírus da febre amarela está circulando”, ressaltou.
O Governo de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), realizou na tarde desta sexta-feira, dia 11, a entrega de obras importantíssimas que reforçam ainda mais o protagonismo do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento.
A unidade passa a contar com um Bloco D totalmente reformado. O espaço é composto por duas alas, com 15 leitos destinados para o setor de psiquiatria e 24 leitos para o atendimento das demandas oncológicas.
“Um bloco com 39 leitos, totalmente revitalizado, bom padrão, muito acima da média nacional. E o Governo do Estado sempre trabalhando pelo cidadão de Roraima. Em breve, vamos construir mais um bloco no HGR semelhante ao anexo [Governador José de Anchieta Júnior] e iremos também construir uma nova Maternidade. São investimentos que vão dar para a população a certeza de um bom atendimento de saúde”, enfatizou o governador do Estado, Antonio Denarium.
O novo Bloco D foi batizado com o nome do Dr. Mário Sérgio Louris Carli de Oliveira, médico psiquiatra que contribuiu com o desenvolvimento de atendimento humanizado não só no HGR, mas em outras referências de atenção psicossocial do Estado, como CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial Edna Macellaro Marques de Souza) e CAPS-AD III (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas).
Natural da cidade de Cataguases, em Minas Gerais, o profissional faleceu em maio deste ano, em decorrência de complicações de saúde causadas por um câncer.
“Esse novo bloco contempla as internações de pacientes psiquiátricos, naturalmente é uma ação conjunta e coletiva com outras secretarias, por haver um interesse conjunto para que seja preservada a saúde dos nossos usuários, além de contar com outros leitos para a especialidade cirúrgica. Isso significa que nós teremos uma ampliação da rede, e poderemos abarcar mais especialidades, dando mais conforto e evitando transferências para outros estados”, destacou a secretária de Saúde, Cecília Lorenzon.
A cerimônia de entrega do novo bloco contou com a presença dos familiares do médico. Para a esposa, Glauciene Dutra, foi um momento emocionante de ver um sonho realizado.
“A gente fica muito feliz em ver o reconhecimento do Dr. Mário Sérgio, pois foram mais de 10 anos trabalhando pela saúde mental no Estado, e eu tenho certeza de que, de onde estiver, ele está feliz [por essa realização]. Meu marido foi um médico competente e humanizado, que se dedicava 100% para os seus pacientes, e era isso que ele queria, um espaço estruturado para receber os pacientes”, pontuou.
O total investido pelo Governo na reforma do Bloco D foi da ordem de R$ 3.156.967,09.
IMPULSIONANDO O CONHECIMENTO
Outra novidade foi a inauguração do Núcleo de Estudos do HGR, um espaço que servirá de difusão de ensino e pesquisa que beneficiará os servidores da unidade, profissionais em residência médica e a classe acadêmica dos cursos ligados à área de saúde.
O espaço foi batizado com o nome da enfermeira Patrícia Pena D’Ávila, profissional que dedicou sua vida no cuidado de pacientes internados em unidades de terapia intensiva do HGR.
Nascida no Amazonas, ela também atuou no Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco Rodrigues. Infelizmente foi uma das primeiras profissionais da linha de frente a perder a vida em decorrência da pandemia de covid.
“O Núcleo de Estudos foi um ganho imenso para todo o hospital. Por natureza, nós somos uma unidade de saúde e ensino, porém, nós ainda não tínhamos um ambiente adequado ao ensino. Dessa forma, foi pensado um projeto e todos os servidores ganham com treinamentos, qualificação e, somado a isso, também ganham os residentes, acadêmicos e todo um campo de estágio”, salientou a diretora geral do HGR, Dra. Patrícia Renovato.