Em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Malária, a CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), da Sesau (Secretaria de Saúde) de Roraima, participou na manhã desta terça-feira, 25, do evento promovido pelo Ministério da Saúde.
Com o tema “O Combate à Malária Acontece com a Participação de Todos”, o evento está sendo realizado na cidade de Belém (PA), tendo como foco relembrar os avanços que o Brasil teve no controle da doença
Além de gestores e profissionais da saúde, a iniciativa também contou com a presença de representantes da sociedade civil. O Estado de Roraima foi representado pelo Núcleo de Controle da Malária, Gerson Castro.
“O encontro que está acontecendo no Instituto Evandro Chagas é de grande importância para nós de Roraima, porque através dessa reunião, nós conseguiremos demonstrar para os técnicos as nossas necessidades, a fim de atingir os objetivos propostos pelo Ministério da Saúde”, disse.
COMBATE NO ESTADO
De acordo com o NCM (Núcleo de Controle da Malária), Roraima teve 25.654 casos de malária em 2022, uma redução de 1,35% comparado ao ano anterior, quando o Estado registrou 26.004 casos. A incidência maior foi registrada nos municípios que contemplam a Terra Yanomami (Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Alto Alegre e Amajari).
Segundo Castro, o controle da malária em Roraima consiste na adoção do diagnóstico precoce e pronto tratamento dos casos, planejamento e implementação de medidas seletivas e sustentáveis de controle, ajustados às características particulares da transmissão existentes em cada localidade.
Além disso, detecção oportuna e prevenção de epidemias, monitoramento regular da situação da malária, em particular os seus determinantes ecológicos, sociais e econômicos.
Todos os municípios de Roraima possuem uma equipe multiprofissional, veículos (carros e motos) combustíveis, bombas para borrifação, bomba para nebulização, inseticidas, mosquiteiros impregnados, medicamentos antimaláricos, teste rápido e uma rede de laboratórios de malária para combater essa doença.
“Houve um comprometimento da Gerência Nacional [durante o encontro] para que os desafios sejam alcançados, e assim, colocar recursos para a aquisição de equipamentos para fazer com que aumente a nossa rede de laboratórios”, completou.
Em razão da crescente demanda da população, o Governo de Roraima aumentou o número de consultas em diversas especialidades realizados na CMECM (Clínica Médica Especializada Coronel Mota), com destaque para os serviços de psiquiatras e psicólogos.
Conforme a direção da unidade, só no ano de 2022 foram ofertadas cerca de 10 mil consultas com psiquiatra e 18 mil com a psicologia, um aumento de 80% nas demandas da Uisam (Unidade Integrada de Saúde Mental).
“Mesmo com essa estrutura exclusiva, percebemos que a demanda aumenta a cada dia, e um dos fatores para esse aumento é a imigração, o que deu um pico muito grande na quantidade de procura a este tipo de atendimento”, explicou a diretora geral do Coronel Mota, Rayane Phranklismar.
Além de aumentar o número de atendimentos, a clínica realiza a renovação de receitas de acompanhados na Uisam, oferecendo suporte aos pacientes por meio da equipe multidisciplinar composta por enfermeira, assistente social, psicóloga e psiquiatra, bem como o setor administrativo com Same (Serviço de Arquivo Médico e Estatística) e recepção própria para o atendimento das demandas.
Outra mudança realizada pela direção do Coronel Mota é que agora os agendamentos dos pacientes podem ser feitos na primeira semana de cada mês, de segunda a sábado. Antes, esse procedimento era feito somente no primeiro dia útil.
“Mesmo com o aumento da procura, nós buscamos sempre ajustar a unidade para oferecer um melhor atendimento ao usuário”, completou Rayane.
Com a iniciativa, a Clínica Médica Especializada Coronel Mota busca melhorar o atendimento em saúde mental e oferecer mais opções de cuidados em uma das áreas mais sensíveis e preocupantes da saúde pública brasileira. A unidade está localizada na rua Coronel Pinto, nº 636, Centro.
A Secretaria de Saúde, por meio do NCZ (Núcleo de Controle de Zoonoses), promoverá, nesta semana, uma capacitação para profissionais de saúde com foco no tratamento da leishmaniose cutânea. A ação conta com a parceria do Ministério da Saúde.
Conforme a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Valdirene Oliveira, a capacitação será realizada na terça-feira, 25, e na quarta-feira, 26.
“Essa atividade será dividida em duas etapas, sendo a primeira com abordagem teórica e a segunda a parte prática”, explicou.
De acordo com a programação, a atividade teórica será realizada no auditório do Campus Boa Vista do IFRR (Instituto Federal de Roraima), e a parte prática na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Mecejana.
“Capacitar faz parte do planejamento da Sesau e CGVS com o objetivo de qualificar os nossos profissionais de saúde, refletindo diretamente no atendimento da nossa população”, pontuou Valdirene.
SOBRE A DOENÇA
A leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa que afeta a pele e as mucosas. Ela é causada por protozoários do gênero Leishmania, que são transmitidos a animais e humanos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde, a doença é considerada endêmica em 89 países. As lesões de pele podem ser: única, múltiplas, disseminada ou difusa, sempre apresentando aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor.
Quando manifestada nas mucosas, as lesões geralmente são encontradas no nariz, boca e garganta.
O tratamento da leishmaniose cutânea pode ser feito de forma gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde), com protocolo que prevê o uso de medicamentos específicos, repouso e uma boa alimentação.
CONFIRA PROGRAMAÇÃO
Palestra sobre Tratamento da Leishmaniose Cutânea com Antimoniato de Meglumina Intralesional e uso de Miltefosina
Palestrantes: Dr. Armando Schubach (médico infectologista), Dra. Cristina Duque (dermatologista) e José Nilton (biólogo).
Data: 25/04 (terça-feira)
Local: Auditório do Campus Boa Vista do IFRR (Avenida Glaycon de Paiva, 2.496, bairro Mecejana)
Horário: Manhã e tarde
Atividade Prática
Envolvidos: Sandro Marley Pereira (técnico do NCZ) e Ingrid Gomes (gerente do NCZ)
Data: 26/04 (quarta-feira)
Local: UBS do Mecejana (Rua Pavão, 195, bairro Mecejana)
A Sesau (Secretaria de Saúde), em parceria com a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania), realizou no sábado, 22, uma série de serviços de saúde para reeducandas da Cadeia Pública Feminina, no bairro Asa Branca.
Ao todo, a ação resultou na realização de 60 consultas oftalmológicas e 50 ginecológicas. Ambos os procedimentos foram executados por meio de equipes da Saúde Itinerante e Saúde Prisional da Sesau.
“É uma ação para resolver situações de demanda reprimida desses atendimentos na área de especializada, visto que existe uma série de dificuldades em questão de segurança”, afirmou o enfermeiro e diretor interino do Departamento de Políticas de Saúde Prisional, Eber Leon Pires.
Além da Cadeia Pública Feminina, a Saúde Itinerante também esteve presente no domingo, 23, na Cadeia Pública Masculina de Boa Vista, no bairro São Vicente, levando atendimentos oftalmológicos e psiquiátricos a cerca de 120 reeducandos daquela unidade.
“Por isso, levamos as especialidades diretamente in loco, garantindo a saúde desses reeducandos”, completou Pires.
ATENÇÃO ESPECIAL
As ações para a população privada de liberdade em 2023 foram iniciadas no início deste mês, com a realização de um mutirão de saúde para reeducandos da PAMC (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo).
Na ocasião, foram realizados os serviços de verificação de sinais vitais, consulta com enfermeiros e médicos, distribuição de medicamentos para verminoses, tratamento de pele e cadastro no e-SUS, beneficiando 1.800 internos.
Para esta ação em específico, Sesau e Sejuc contaram com o apoio do Centro Universitário Estácio da Amazônia.
Com o objetivo de estimular a circulação e acesso de pacientes ao número de leitos oferecidos pela principal referência hospitalar do Estado, o Governo de Roraima criou o Hospital Dia, projeto executado no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) e que completou um ano de existência nesta quarta-feira, 19.
Para comemorar a data, a equipe de especialistas da saúde da unidade promoveu um encontro para avaliar as conquistas alcançadas e traçar novas metas para ampliar o atendimento da população.
Segundo a diretora do HGR, Patrícia Renovato, há pacientes que necessitam tomar antibióticos por mais tempo e são esses que precisam ser atendidos pelo programa.
“O HGR abraçou essa a proposta do Ministério da Saúde para otimizar os atendimentos nas enfermarias. Por meio do Hospital Dial, o paciente que necessita tomar antibióticos por uso prolongado recorre a esse conforto, toma o medicamento e retorna para casa. Com isso, há um giro de leitos para que o HGR possa ficar com pacientes que precisam ficar mais tempo no hospital”, disse.
Apoiada pela Sesau (Secretaria de Saúde), a iniciativa consiste em oferecer o tratamento medicamentoso, com hora marcada na unidade de saúde, ajudando a otimizar o atendimento do de alta complexidade ou com doenças crônicas.
Em resumo, o paciente não necessita ficar internado na unidade para receber os medicamentos, assim sendo o serviço oferecido atende o nicho de pacientes que ainda não eram assistidos.
Entre os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) beneficiados pela iniciativa está Tafarel Marques, de 35 anos. Por conta da amputação de um pé amputado, ele precisa voltar até a unidade para se submeter a 15 sessões de aplicação de medicamentos.
“Isso facilitou porque tomava um antibiótico por dia para ficar 40 no hospital. Quando soube do Hospital Dia vim tomar os medicamentos por 14 dias consecutivos com mais conforto”, destacou.
O empresário Túlio Pinto, 63 anos, já está na 11ª aplicação de antibióticos e relata o conforto que sente pelo serviço oferecido no hospital do Estado.
“Ainda bem que temos o hospital em Boa Vista. O que tomo não é fácil de achar em farmácias e clínicas. Estive em Brasília e lá, pra minha surpresa, é muito caro tomar essa medicação. Fico feliz que aqui em Boa Vista posso tomar e o atendimento da equipe é de primeira”, relatou.
RESULTADO EM NÚMEROS
Segundo dados do Same (Serviço de Arquivo Médico e Estatística) do HGR, entre maio e setembro de 2022, as especialidades que mais demandaram ocupação de leitos foram reumatologia, infectologia e ortopedia, somando quase mil atendimentos.
Já nos primeiros quatro meses deste ano, já foram realizados 250 atendimentos na mesma especialidade. No total, com um ano de funcionamento, 1.500 pacientes receberam o tratamento personalizado.
A secretária da Saúde, Cecília Lorenzon, destacou que os números já apontam crescimento positivo para os atendimentos com o programa.
“No total, somente nesses quatro meses do ano, o levantamento demonstrou que 361 pessoas foram contempladas com o programa, o que desafoga os leitos para atender pacientes que necessitam ficar internados. Evidentemente vamos atender ainda mais pessoas. Só estamos no início do ano. Nossa preocupação é manter a qualidade de vida e evitar, por exemplo, que o paciente tenha um agravamento na internação, além de liberar leito para pessoas que necessitam”, pontuou a secretária.