Para aprimorar o atendimento em saúde nas áreas mais remotas do Estado, a Sesau (Secretaria de Saúde), com apoio do Ministério da Saúde, promoveu nesta semana um treinamento voltado para profissionais e estudantes sobre o manejo clínico de acidentes causados por animais peçonhentos.
A formação iniciou na quarta-feira, 2, e finalizou nesta quinta-feira, 3, e reuniu servidores dos municípios e dos DSEIs (Distrito Sanitário Especial Indígena), reforçando a descentralização dos soros antivenenos.
“Nosso Estado tem alta incidência de acidentes com animais peçonhentos, principalmente agora com o início das chuvas. É essencial que esses profissionais estejam capacitados, sobretudo na área rural, onde os riscos são maiores”, destacou a gerente do Núcleo de Controle de Zoonoses, Ingrid Albuquerque.
A formação abordou protocolos de atendimento, manejo clínico e o uso correto dos soros antivenenos, que agora passam a ser distribuídos diretamente aos DSEIs, anteriormente o insumo era enviado pelo Ministério da Saúde para o Estado, que depois realizava a distribuição para os polos.
“É fundamental esse treinamento para que possamos ter uma melhor indicação dos tratamentos, com diagnóstico mais preciso, fortalecendo a descentralização dos soros para regiões de menor acesso e promovendo um atendimento assertivo”, afirmou a técnica do Ministério da Saúde, Lúcia Monte Bello.
A descentralização dos insumos foi formalizada por meio da CIB (Comissão Intergestores Bipartite), garantindo que os soros sejam entregues diretamente aos polos indígenas. Com isso, o tempo de resposta diante de acidentes com cobras, escorpiões e aranhas será significativamente reduzido.
“É muito importante participar dessa capacitação para atuar lá na ponta utilizando o manejo clínico de acidente por animais peçonhentos, pois com esse conhecimento e com o soro vamos evitar de estar removendo os pacientes para as referências, evitando a demora no atendimento, óbitos e sequelas”, ressaltou a enfermeira do DSEI Leste, Luciane Mendes.
O Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, a Maternidade, alcançou, na noite desta terça-feira, 1º, um marco na assistência neonatal de Roraima com a realização da primeira cirurgia oftalmológica a laser em recém-nascido, conduzida integralmente pela equipe da própria unidade hospitalar.
O procedimento foi feito em uma bebê indígena da etnia Xiriana, que nasceu de 30 semanas, diagnosticada com uma inflamação grave no fundo do olho que comprometia o desenvolvimento da retina (parte do olho responsável por captar a luz e formar as imagens).
A cirurgia combinou a técnica de panfotocoagulação a laser com a aplicação intraocular de medicação especializada, com o objetivo de preservar a visão da recém-nascida e garantir o desenvolvimento funcional da sua visão.
“Hoje, a Maternidade dispõe de um serviço de oftalmologia estruturado, com exames como ultrassom ocular, rastreio de retinopatia e dilatação, conforme os protocolos nacionais. Somos referência em oftalmologia neonatal na região Norte”, afirmou a diretora técnica do HMI, Patrícia Cavalcante.
Esta é a terceira vez que um procedimento de infiltração de retina é realizado no HMI, mas é a primeira com toda a equipe composta por profissionais da rede estadual. A cirurgia foi realizada às 20h e durou cerca de 45 minutos.
Responsável pela cirurgia, a oftalmologista especialista em retina Naiane Vidal, explicou que o bebê apresentava uma inflamação no fundo do olho, agravada por sua condição de prematuridade.
“Como ela nasceu muito prematura, havia algumas coisas que ainda não tinham terminado de se formar no olhinho dela, só que a infecção fez essa formação não ser adequada. A evolução do problema foi acontecendo de maneira ruim e que precisava fazer o tratamento específico, que é o laser e a aplicação da medicação dele”, explicou a oftalmologista.
A intervenção uniu duas técnicas, o uso do laser para cauterizar as áreas lesionadas da retina e a injeção intraocular de Aflibercepte, um medicamento que ajuda a estabilizar o crescimento dos vasos sanguíneos e reduzir a inflamação.
“Fizemos o laser e a medicação dentro do olho, o laser foi feito nas áreas lesionadas para evitar que a doença progredisse e a aplicação da medicação para fazer com que os vasinhos lá do fundo do olho conseguissem crescer de maneira adequada”, explicou a médica.
Com foco na qualificação dos processos regulatórios e no fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde), a Secretaria de Saúde realizou nesta quinta-feira, 26, a Oficina de Debates sobre Regulação em Saúde.
O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, gestores municipais e operadores do SISREG (Sistema de Regulação)
Durante a oficina, foram abordadas estratégias para o aprimoramento da regulação em saúde, incluindo os processos regulatórios, o sistema e-SUS Regulação e a adesão de Roraima ao programa federal “Agora Tem Especialistas”, voltado à ampliação do acesso a consultas e exames especializados.
“Mais que um evento técnico, essa oficina é um espaço de troca de experiências e construção coletiva, reunindo diferentes esferas do sistema público de saúde em um compromisso conjunto pela qualificação do atendimento”, afirmou a coordenadora geral da Regulação, Jardiane Moraes.
Para a coordenadora da Atenção Básica do município de São João da Baliza, Letícia Araújo, o encontro representa um avanço significativo na organização dos fluxos de atendimento.
“A nossa participação aqui é muito importante, tendo em vista o conhecimento que estão disponibilizando para nós. São informações que vão fazer a diferença na regulação do nosso município, como os temas que eles abordaram sobre o contato entre o regulador e os nossos médicos”, comentou.
A oficina proporcionou também o alinhamento técnico sobre o uso das ferramentas eletrônicas de regulação e o papel de cada profissional na qualificação do acesso aos serviços, com foco na redução de gargalos e na resolutividade do sistema.
Além disso, Jardiane ressaltou ainda sobre a participação de Roraima no programa “Agora Tem Especialistas”, que deve possibilitar avanços no atendimento em saúde especializada.
"Durante a programação, também será destacada a adesão do Estado de Roraima ao programa Agora Tem Especialista, uma iniciativa do governo federal que busca reduzir as filas, diminuir o tempo de espera e garantir o diagnóstico no momento certo para cada usuário", pontuou.
A Policlínica Coronel Mota iniciou uma mudança no fluxo de informações sobre o agendamento de consultas. A partir de agora, todos os pacientes com atendimentos marcados receberão a confirmação diretamente por mensagem de WhatsApp, com data e horário da consulta.
Segundo a diretora da unidade, Mayara Bianca Carneiro, o objetivo é facilitar o acesso dos pacientes as informações e reduzir a procura dos pacientes pelas unidades e telefone.
“Esse fluxo de informação vai ser mudado, então a pessoa não precisa mais mandar mensagem para os números da Central de Regulação perguntando se a sua consulta foi agendada”, explicou.
A Policlínica é uma das principais referências ambulatoriais de Roraima e realiza cerca de mil atendimentos por dia, distribuídos entre 28 especialidades médicas. Com o novo fluxo, a informação será feita diretamente da unidade para o paciente, o que torna a comunicação mais rápida e eficiente, especialmente diante da grande quantidade de atendimentos realizados diariamente.
ATUALIZAÇÃO DE DADOS
Para garantir o funcionamento do novo fluxo, é fundamental que os dados de contato do paciente estejam atualizados no sistema. A recomendação é que as pessoas busquem a Unidade Básica de Saúde mais próxima ou a Policlínica para verificar e corrigir o número de telefone cadastrado.
“Manter a informação do cadastro da pessoa atualizada é de extrema importância para nós, porque esse é o nosso canal de comunicação com o paciente. A ideia é conseguir atingir um número maior de pessoas, podendo mandar a informação e fazer com que a informação chegue até a pessoa”, reforçou a diretora.
Caso o paciente ainda deseje obter informações presencialmente, poderá se dirigir ao Coronel Mota ou à UBS com o número do cartão do SUS, onde poderá acessar os dados do sistema e confirmar o agendamento.
A Policlínica Coronel Mota está localizada na rua Coronel Pinto, 644, Centro. O funcionamento da unidade é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
O Governo de Roraima conquistou mais um avanço na rede estadual de saúde pública. Na manhã desta quarta-feira, 25, a equipe do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) realizou uma cirurgia cardíaca por videotoracostomia de urgência.
Antes, o procedimento era feito com abertura lateral do peito do paciente. Na nova intervenção, foram necessárias apenas três pequenas perfurações para a realização da cirurgia.
Para a médica cirurgiã cardiovascular do HGR, Paula Lago, o método representa uma mudança importante no cuidado com pacientes que apresentam acúmulo de líquido ao redor do coração.
“Nossa equipe realizou hoje um procedimento que antes era feito por um corte na lateral do peito. Realizamos por via minimamente invasiva com alguns cortes e com acesso a uma câmera. Conseguimos acessar a área cardíaca e torácica, eliminando a necessidade de um corte grande”, explicou a especialista.
A cirurgia, conhecida como janela pleuropericárdica, é indicada principalmente em casos de derrame pericárdico recorrente, pericardite associada a câncer, tamponamento cardíaco ou para alívio de sintomas compressivos.
Por meio de uma abertura entre o pericárdio, que se trata da membrana que envolve o coração, e a pleura, que fica ao redor do pulmão. O líquido é drenado de forma segura, promovendo alívio dos sintomas e evitando riscos maiores ao paciente.
“Esse procedimento é realizado, na grande maioria das vezes, numa urgência, para fazer biópsia, para aliviar esse líquido que pode estar comprimindo o coração, para ver se está tendo algum sangramento, para descartar qualquer infecção, câncer, tuberculose. Mas cada vez mais estamos avançando na medicina em Roraima, trazendo o que tem de melhor e de novidade na tecnologia, na cardiologia”, destacou Paula.
Entenda o procedimento
A técnica é feita com auxílio de uma câmera e instrumentos específicos, o que reduz significativamente a dor no pós-operatório e permite uma recuperação mais rápida.
“Por meio de umas pinças específicas e uma câmera, conseguimos tratar o paciente de uma forma menos invasiva, proporcionando uma recuperação mais rápida, com menos dor e o retorno mais precoce às atividades, uma alta hospitalar também, mas com mais celeridade”, completou a médica especialista.