Na manhã desta sexta-feira, 4, a Ouvidoria Geral do SUS (Sistema Único de Saúde) realizou uma ação especial no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, com foco principal em ouvir as pacientes da unidade.
Durante a ação, a equipe da ouvidoria conversou com mães e acompanhantes do HMI, aplicando questionários que abordam aspectos como acolhimento, tempo de espera, estrutura do hospital, atendimento das equipes e resolutividade dos serviços oferecidos.
“O objetivo dessa ação, que é uma pesquisa de satisfação, é ouvir a opinião das usuárias sobre os serviços prestados aqui na maternidade. Assim, podemos identificar os pontos positivos e a oportunidade de melhoria no atendimento e na qualidade do serviço de saúde”, afirmou a ouvidora da OGSUS-RR (Ouvidoria Geral do SUS em Roraima), Larissa Wandemberg.
Segundo Larissa, a iniciativa permite que as pacientes avaliem, com liberdade e anonimato, pontos fundamentais da jornada de atendimento dentro da maternidade. A partir das respostas, a ouvidoria reúne dados que serão enviados à gestão estadual para embasar melhorias nos processos e no cuidado às mulheres e recém-nascidos.
“A pesquisa de satisfação é uma ferramenta fundamental que garante que as vozes das usuárias sejam ouvidas. A partir dessas respostas, a ouvidoria vai encaminhar informações estratégicas para a gestão, para contribuir com a melhoria contínua do serviço de saúde e para uma experiência mais humanizada e eficiente para todas as pacientes que derem entrada na maternidade”, concluiu.
A psicóloga Brenda Simões, de 27 anos, é mãe de primeira viagem e apesar de conhecer a Ouvidoria, nunca precisou usar, e acha muito importante ter pesquisas de satisfação diretamente nos leitos.
“Eu já sabia que existia o serviço da Ouvidoria, mas eu digo de uma forma geral, tem pessoas que sabem que tem, mas só que elas não têm essa visão de perto do trabalho deles”, ressaltou a paciente.
A Secretaria de Saúde, em parceria com o Grupo Rede Amazônica e o Serviço Social da Indústria, participará de mais uma edição do Saúde de Rua, levando atendimentos médicos especializados à população.
A ação será no sábado, 5 de abril, das 8h às 13h, no Sesi, que fica localizado na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3770.
“O Governo estará levando, através da Sesau, especialistas como oftalmologista, cardiologista, ginecologista, pediatra e ortopedista. Venha fazer aqui o seu check-up conosco, é uma satisfação e uma honra que o Governo leva até você mais uma Saúde Itinerante”, destacou o diretor do Departamento de Ações Programáticas de Saúde Itinerante da Sesau, Genival Ferreira.
Para ter acesso aos serviços, os interessados devem apresentar RG, Cartão do SUS e um comprovante de residência atualizado.
SAÚDE ITINERANTE
O programa Saúde Itinerante da Sesau tem como objetivo levar atendimentos especializados a diferentes regiões do estado. Em 2024, o programa realizou mais de 40 mil atendimentos, beneficiando tanto a capital quanto os municípios do interior e distritos sanitários indígenas.
Nesta terça-feira, 25, a CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) iniciou um treinamento voltado para profissionais de saúde que atuam no diagnóstico e tratamento da malária. Os municípios estão recebendo uma capacitação sobre a testagem de G6PD (deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase) para a implementação do medicamento tafenoquina (cura radical) para a malária do tipo vivax.
O treinamento está ocorrendo no auditório da CGVS e segue até quarta-feira, 26.
A malária continua sendo um grande desafio de saúde pública no Brasil, concentrando 99% dos casos nos nove estados da Amazônia Legal, com Roraima ocupando a segunda posição em número de casos, atrás apenas do Amazonas.
Segundo o gerente do Núcleo de Controle da Malária, Gerson Castro, a tafenoquina é uma das estratégias do MS (Ministério da Saúde) para eliminação no Brasil até 2035.
“Nos municípios de Caroebe, Rorainópolis, Canta e Caracaraí, quase 100% da malária é do tipo vivax. A tafenoquina é um tratamento mais rápido, de dose única, e já foi testada pela Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] em 2021 e 2022 no Amazonas e em Rondônia”, afirmou.
A atualização dos profissionais ocorre em um momento estratégico, pois a partir de abril, a medicação tafenoquina será disponibilizada para os 15 municípios de Roraima.
“Roraima será o primeiro Estado do Brasil a implementar a tafenoquina em todo o seu território. Atualmente já fizemos essa implementação em 32 municípios e sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas, mas essa é a primeira vez que levamos a medicação para um estado inteiro”, destacou o coordenador Nacional de Eliminação da Malária, Alexander Vargas.
A MEDICAÇÃO
A tafenoquina é considerada um avanço no tratamento da malária vivax, reduzindo o tempo de tratamento e aumentando a adesão dos pacientes.
“Antes, o tratamento durava sete dias. Agora, com a tafenoquina, é feito em dose única, junto com três dias de cloroquina, o que melhora a adesão e evita recaídas”, destacou Vargas.
Outro ponto essencial abordado na capacitação é a testagem para G6PD, um exame fundamental para garantir a segurança do uso da tafenoquina.
“O teste de G6PD é essencial porque algumas pessoas possuem uma deficiência dessa enzima e, nesses casos, o uso da tafenoquina pode causar complicações. Esse exame protege o paciente e garante um tratamento seguro”, explicou Vargas.
NO BRASIL
A malária é uma é uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo protozoário do gênero Plasmodium e transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles darlingi.
No Brasil, 99% dos casos de malária estão localizados nos nove Estados da Amazônia Legal. Roraima é o segundo em maior número de casos depois do Amazonas.
Em 2024 foram registrados no Brasil 141.301 casos de malária. Destes, 80% são do Plasmodium vivax. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, incorporou em 2019 a medicação tafenoquina como cura radical para Malária do vivax em dose única.
Em 2023, primeiramente foi realizada a implantação para o Dsei-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami) em função da emergência na saúde do povo yanomami, e depois para o Dsei Leste.
Dando continuidade às ações de controle das arboviroses em Roraima, a Sesau (Secretaria de Saúde) estará auxiliando no combate à dengue, zika e chikungunya no município de São João da Baliza.
Por meio da CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) foram disponibilizados cinco veículos equipados com nebulizadores, 105 litros de inseticida e 13 técnicos para reforçar as estratégias de bloqueio da transmissão da doença.
O município registrou um aumento nos casos de dengue, especialmente com a circulação do sorotipo 3, exigindo uma resposta imediata para conter a propagação do vírus.
Segundo a gerente do Núcleo Estadual de Controle da Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos, a situação demandou um esforço conjunto entre estado e município.
“Todas as atividades precisavam ser realizadas imediatamente para bloquear a transmissão da doença. A gestão municipal seguiu as orientações do estado, promovendo limpeza urbana e eliminando criadouros do mosquito”, destacou.
As ações envolveram diversas frentes, desde o atendimento aos pacientes e diagnóstico da doença até o controle do vetor. “O trabalho vai desde a vigilância epidemiológica, passando pela assistência ao paciente, até a visita domiciliar dos agentes de endemias. O Estado complementa esse esforço com o uso dos carros fumacê”, explicou Rosângela.
O reforço nas medidas já apresenta resultados positivos, com uma redução no número de casos na região. No entanto, além das intervenções diretas, a mobilização social foi um dos pilares do combate à doença.
“O mais importante foi a conscientização da população sobre sua responsabilidade no controle das arboviroses. Esse esforço coletivo é essencial para evitar novos surtos”, ressaltou Rosângela.
A atuação integrada entre estado e município reforça a importância da prevenção e do engajamento da comunidade no combate ao mosquito Aedes aegypti, garantindo mais segurança à população de São João da Baliza.
O Hemoraima (Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima) promoveu, nesta semana, um curso sobre Noções em Hemoterapia para qualificar os profissionais que atuarão no Hospital Universitário de Roraima.
O curso reuniu nove profissionais e abordou temas essenciais para a prática da hemoterapia, como o ciclo do sangue, hemovigilância e retrovigilância, reações transfusionais, boas práticas em agências transfusionais e os passos para a implantação do Comitê Transfusional.
Também foram discutidos assuntos como biossegurança, gestão de resíduos, imuno-hematologia laboratorial, qualidade nos serviços do Hemocentro e captação de doadores de sangue.
De acordo com Liliana Bezerra, responsável técnica pelo Núcleo de Educação Permanente do Hemoraima, o curso serve como 'um pontapé inicial' para "Posteriormente, iremos realizar outros treinamentos pontuais, de acordo com o setor ao qual o profissional será lotado. Ele proporciona uma base importante, especialmente para aqueles que irão trabalhar diretamente com agências transfusionais ou com hemovigilância", explicou.
A qualificação faz parte de uma estratégia contínua para treinar profissionais da saúde, visando melhorar a qualidade do atendimento e garantir maior segurança nos processos de hemoterapia.
"Eu acho que isso fortalece o serviço. Um profissional capacitado é um profissional que executa suas atividades com mais qualidade. A população ganha, o Hemocentro ganha, pois será mais fácil acompanhar um profissional já afinado com os temas da hemoterapia", complementou Liliana.