Ampliar a realização de cirurgias eletivas em todo o país e reduzir a fila de exames e consultas especializadas é o objetivo do Programa Nacional de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, do Ministério da Saúde.
Roraima faz parte do programa e, segundo o Ministério da Saúde, o Estado atingiu o percentual de execução em relação ao plano do programa, ultrapassando em 43,58% a meta estabelecida, totalizando 143,58% dos procedimentos executados.
Dados da Secretaria de Saúde informam que de 1° de Janeiro a 31 de Dezembro do ano passado foram contabilizadas 6.944 cirurgias eletivas no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento).
"Nós pactuamos um percentual para fazer um trabalho para que os pacientes que estavam na fila conseguissem realizar as suas cirurgias e Roraima ficou entre os Estados que mais atingiu a meta, ou seja, nós ultrapassamos 43%", afirmou a diretora do Departamento de Regulação da Secretaria de Saúde, Nadja Salgueiro.
Ela explicou que para atingir os objetivos, foram realizadas diversas ações por parte da atual gestão da Sesau, como mutirões de cirurgias e celeridade na realização de exames necessários para os procedimentos.
"Durante 2023, as ações que fizemos foram muitos mutirões dentro das unidades que possuem centro cirúrgico. Com isso foi feito o chamamento dos pacientes que estavam na fila, e providenciamos também os exames necessários, o risco cirúrgico, para então ser feito o procedimento cirúrgico", explicou Nadja.
Paciente tem que atualizar o cadastro do cartão SUS
Para que este ano as cirurgias eletivas sejam realizadas com mais celeridade e, mantendo os resultados de 2023 do Programa Nacional de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, os usuários do Sistema Único de Saúde precisam atualizar os dados do Cartão Nacional do SUS.
"Nós precisamos que os usuários do SUS que estão cadastrados na fila única de cirurgia do SUS, atualize seus dados cadastrais do Cartão do SUS junto às Unidades Básicas de Saúde [postos de saúde] de seus respectivos municípios", relatou o coordenador-geral de Regulação, Avaliação e Controle da Sesau, Eliakin Terminelle.
Em resumo, a equipe de Regulação é responsável por ligar e avisar aos pacientes sobre a data dos procedimentos, assim como agilizar o processo dos exames de risco cirúrgico, essencial para a realização de uma cirurgia.
Contudo, segundo Terminelle, foi observado que muitos pacientes possuem dados desatualizados, impedindo o contato da equipe da Regulação.
"Os pacientes precisam estar com os dados cadastrais atualizados para que possamos ter o contato com eles e informar o dia da sua cirurgia e o que necessita [para realizar o procedimento], para que ele realize todos os exames necessários", acrescentou, ao pontuar a importância dessa atualização para dar continuidade às cirurgias eletivas.
Em alusão ao Janeiro Branco, campanha que busca sensibilizar a população sobre a importância da saúde mental, o Governo de Roraima promoveu nesta terça-feira, 30, uma ação voltada para pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade social no Centro de Boa Vista.
Organizada pela Coordenação Estadual de Políticas Públicas para o Enfrentamento às Drogas da Setrabes (Secretaria do Trabalho em Bem-Estar Social), a atividade contou com o suporte da Sesau (Secretaria de Saúde) por meio do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Pessoa Negra.
A ação envolveu as equipes das duas secretarias e se concentrou na rua Cecília Brasil, próximo às imediações do Parque do Rio Branco. O evento contou com roda de conversa, discussões sobre saúde mental, atendimento médico e psicológico, teste rápido, corte de cabelo, atendimento com assistente social, distribuição de panfletos informativos, lanches e apresentação cultural, além de outros serviços.
Segundo o coordenador Junior Campos, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para a questão da saúde mental e emocional, fundamentais para a manutenção da qualidade de vida dessa população.
“A importância da ação é cuidar do corpo e da mente principalmente. Hoje estamos aqui com um espaço com diversos serviços, atendimento psicológico, assistente social em parceria com várias coordenações. A Setrabes desenvolve há meses um trabalho com esse público há meses, onde percebemos que aqui é um lugar crítico e as pessoas abusam de drogas. Por isso trouxemos essa ação para que esse público possa ter um dia especial com acolhimento e atendimentos”, disse.
A Sesau promoveu informes sobre o câncer do colo de útero, anemia falciforme e esclarecimentos sobre os direitos ao acesso à saúde da população negra.
“Aproveitamos o momento para levar os informes sobre as doenças que mais acometem a população negra, as anemias falciformes, a questão do câncer de colo de útero e informações sobre as ações da política integral de saúde da pessoa negra”, afirmou a gerente do NAPSPN, Silvana Amorim.
Outros serviços que também foram oferecidos incluíram atendimento psicológico, realização de teste rápido, orientações com assistentes sociais, além de beleza e bem-estar com o Ônibus da Mulher Brasileira e a Cabine do Banho do Bem, onde a população local pode tomar banho e vestir roupas limpas, e se alimentar.
“Precisamos cuidar do corpo e da mente. Aqui nesse espaço é um lugar que é feito uso e abuso de álcool e outras drogas, por isso a importância de virmos para esse ambiente com várias pessoas, com várias coordenações para fazermos esse fechamento do Janeiro Branco”, destacou o coordenador da CEPPED, Júnior Campos.
O MÊS
O Janeiro Branco foi criado em 2014, em Minas Gerais, idealizado pelo psicólogo Leonardo Abrahão. Atualmente, a campanha conta com colaboradores em diversas cidades do território nacional e a aderência aumenta a cada ano. Além disso, em muitas cidades é possível participar de palestras ou mesas de debate sobre o assunto.
A secretária de Saúde de Roraima, Cecília Lorenzon está representando o Estado e o Conass (Conselho Nacional dos Secretário de Saúde) no Seminário “Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas [DTNs] 2024”, que encerra nesta quarta-feira, 31, na sede da Organização Pan Americana de Saúde, em Brasília.
Durante dois dias, a programação do evento inclui painéis sobre estratégias globais e desafios para eliminação das DTNs, cenário atual do Brasil, ações da saúde na Amazônia Legal, trabalho interministerial para eliminação de doenças determinadas socialmente, impacto das mudanças climáticas no processo de eliminação das DTNs, desafios para efetivar o princípio da equidade no Sistema Único de Saúde, além de momentos de relatos de experiências de representantes da sociedade civil.
Para Cecília Lorenzon, o evento fortalece a importância de ter o conhecimento e o autoconhecimento sobre os diagnósticos. "A gente sabe que Roraima é um estado extremamente propício a algumas doenças endêmicas e como representante estadual focamos naquilo que o estado notifica mais. E como estamos no mês de janeiro, que é o mês das doenças negligenciadas, então nós estamos reforçando o tema. E esse seminário é justamente para que a gente leve esse conhecimento, para que elas deixem de ser negligenciadas e seja dada atenção total no combate a essas doenças", reforçou.
A DISCUSSÃO
A data estabelecida em 2021 pela Organização Mundial da Saúde, aumenta a visibilidade sobre 25 condições de saúde que afetam especialmente pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, onde a segurança da água, o saneamento e o acesso aos cuidados de saúde são inadequados.
Segundo estimativas da OMS, mais de 1,7 bilhão de pessoas que moram em comunidades mais pobres e marginalizadas do mundo podem estar sob risco das Doenças Tropicais Negligenciadas, com a ocorrência de 200 mil mortes por ano. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é de cerca de 30 milhões de pessoas sob risco.
As DTNs mais comuns no país são: doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, hanseníase, leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, oncocercose, raiva humana, tracoma e acidente ofídico.
Causadas por uma variedade de patógenos, incluindo vírus, bactérias, parasitas, fungos e toxinas, esses agravos cegam, incapacitam e desfiguram as pessoas, tirando não somente sua saúde, mas também suas chances de permanecer na escola, de ganhar a vida ou mesmo de ser aceito pela família ou comunidade.
São classificadas como enfermidades "negligenciadas" por estarem quase ausentes da agenda global de saúde, receberem pouco financiamento e serem associadas ao estigma e à exclusão social.
INSTITUÍDO O COMITÊ TÉCNICO INTERINSTITUCIONAL
Durante o seminário na OPAS, foi criado um Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde: colegiado composto por 20 instituições para elaborar e apoiar a implementação do Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde.
O objetivo é promover o trabalho integrado e cooperativo entre instituições para a prevenção e controle das ameaças à saúde na interface humana-animal-vegetal-ambiental. Muitas das ações que estarão previstas nesse Plano contribuirão para prevenção e avanço na eliminação de várias DTNs.
A Sesau (Secretaria de Saúde) inaugurou nesta terça-feira, 30, a Sala de Fisioterapia, Educação Física e Terapia Integrativa da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia de Roraima. O espaço visa melhorar a prestação de assistência ambulatorial e promoção de qualidade de vida para pacientes oncológicos.
“Temos um grande cuidado em oferecer um atendimento integrativo, com práticas integrativas. Sabemos que a ciência já provou que o paciente oncológico precisa desse tipo de atendimento, com acupuntura, Reiki e outras práticas que nós colocamos todas nessa sala de reabilitação”, afirmou a coordenadora de Fisioterapia da Unacon-RR, Fernanda Cabral.
Referência no atendimento ao paciente com câncer, a Unacon-RR funciona na estrutura do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, e oferece mais de 30 serviços exclusivos.
Segundo Fernanda, o ambiente de reabilitação foi projetado para atender as especificidades dos pacientes oncológicos, disponibilizando os atendimentos desde o início do tratamento e reforçando a importância da atividade física e fisioterapia.
“Sempre fizemos o atendimento em um consultório menor, onde os outros profissionais atendiam em conjunto e hoje nós temos um espaço próprio aos nossos atendimentos de reabilitação”, completou.
O novo espaço conta com quadro profissional formado por uma fisioterapeuta especialista em Oncologia e Acupuntura; uma fisioterapeuta especialista em Uroginecologia e Práticas Integrativas e uma profissional de Educação Física com especialização em fisiologia do exercício aplicada a grupos especiais.
“É importante que esse paciente mantenha a autonomia física dele, seja sentar e levantar, fazer as atividades simples do dia a dia para que ele tenha essa rotina”, acrescentou a educadora física da Unacon-RR, Jéssica Ribeiro.
Paciente oncológica desde 2019, Maria Silvana Marinho, de 63 anos, passou a fazer reabilitação física há aproximadamente dois anos. Para ela, a criação da sala reforça o comprometimento da unidade com o bem-estar de pessoas que passam pelo tratamento.
“Agora está maravilhoso, pois temos equipamentos novos, e a sala é bem maior. Isso faz com que o profissional possa melhorar o trabalho [com os pacientes], pois antes o espaço [para as atividades] era limitado”, ressaltou.
Como solicitar assistência da unidade?
Para solicitar a assistência na Unacon-RR, é necessário apresentar a biópsia positiva para câncer juntamente com as documentações pessoais (RG, CPF, comprovante de residência e cartão do SUS).
A duração do tratamento de um paciente oncológico pode variar de acordo com a neoplasia e objetivos do tipo de procedimento do qual ele será submetido. No geral, esse tempo pode ser de três meses a um ano.
A Unacon-RR está situada no complexo hospitalar HGR, que fica na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 1.364, bairro Aeroporto. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
Dados do Boletim de Monitoramento das Arboviroses, da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, apontam que Roraima apresentou aumento alarmante no número de casos de dengue nas três primeiras semanas de 2024.
O documento aponta que o estado contabilizou 40 casos prováveis da doença, o que representa aumento de 400% quando comparado ao ano passado, quando se contabilizou oito casos prováveis.
O Boletim ressalta ainda que é esperado um aumento no número de casos prováveis de dengue para o mês de fevereiro, o que reforça a necessidade de organização dos postos de saúde para a identificação de casos suspeitos.
“Considerando a série histórica, no mês de fevereiro, é esperado um aumento no número de casos prováveis de dengue. Portanto, todos os municípios devem se organizar para garantir a identificação de casos suspeitos nas UBS [Unidades Básicas de Saúde – postos de saúde], realizar coleta para exames de diagnóstico no primeiro contato com o paciente visando identificar os sorotipos circulantes do DENV e, principalmente preparar os profissionais para identificação da manifestação de sinais de gravidade nos usuários que buscarem os serviços de saúde”, ressalta um trecho do Boletim.
Segundo a gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos, 70% dos focos do mosquito Aedes Aegypt foram encontrados dentro dos domicílios, principalmente no lixo doméstico, o que acende um alerta.
Dessa forma, é necessário que a população também contribua para os trabalhos de controle desempenhados pelos agentes de endemias dos municípios.
“Um desses locais [de proliferação do mosquito] é o que a gente chama de criadouros móveis, que são as garrafas pet, copos descartáveis, vasos de plantas, bebedouros de animais, e outros. Ou seja, tudo aquilo que acumula água e que a gente pode eliminar. Outro depósito que também observamos como potencial criadouro é aqueles que são utilizados para armazenar água, como as caixas d’água e outros depósitos ao nível do solo. É preciso que as pessoas se certifiquem que esses locais estão bem vedados ou lavados semanalmente”, pontuou.
MAPA DA DENGUE EM BOA VISTA
Dos 40 casos prováveis de dengue registrados nas três primeiras semanas de janeiro deste ano, 35 estão concentrados na Capital Boa Vista.
Por bairro, o boletim da CGVS constatou um caso provável nos bairros Liberdade, Aracelis, Raiar do Sol, Jardim Tropical, Pintolândia, Cidade Satélite, Piscicultura, Parque Residencial Caçari, Pricumã e no Said Salomão, respectivamente.
O documento apontou ainda dois casos prováveis no 13 de Setembro, Buritis, Centenário, Dr. Sílvio Leite, Caimbé e Caranã, respectivamente.
Os bairros Jóquei Clube, Senador Hélio Campos, São Bento e Jardim Equatorial, registraram três casos prováveis, respectivamente. E um caso da doença não teve identificação de bairro.
A visita domiciliar com a finalidade de eliminar os criadouros do mosquito Aedes Aegypt é uma atribuição das equipes de endemias das prefeituras municipais, que recebem aporte financeiro para executar as ações.