Por meio de uma série de investimentos, o HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) tem se firmado como um dos melhores hospitais do país no atendimento de pacientes acometidos por AVC. A prova disso é que a unidade de AVC alcançou o status Gold no Angels Awards, da Iniciativa Angels.
O Angels Award (Prêmio Angels) foi lançado para reconhecer e honrar o trabalho de profissionais e hospitais comprometidos em qualificar o atendimento ao AVC, estimulando o monitoramento de indicadores. O HGR é a única unidade de Roraima a possuir a certificação de qualificação do Projeto Angels.
Aqueles com melhores desempenhos são classificados em ouro, platina e diamante. Estes hospitais recebem certificados deste status e são reconhecidos em grandes congressos nacionais e internacionais.
O resultado conferido ao setor refere-se aos atendimentos realizados no primeiro trimestre de 2024. Ficou constatado que a unidade conseguiu nesse período trombolisar mais de 50% dos pacientes em menos de 1 hora.
Segundo a coordenadora de Enfermagem, Gorete Rocha, os pacientes que chegam até quatro horas e meia do início dos sintomas conseguem receber o tratamento chamado trombólise intravenosa, que é essencial para diminuir sequelas graves da doença.
“Nesse primeiro trimestre, dos 123 pacientes que foram internados, 8,24% foram trombolizados, a maioria sofreu AVC isquêmico. E para que ocorra a trombólise, o paciente precisa estar dentro de uma janela de tempo de 4h30 dos primeiros sintomas”, explicou a enfermeira.
O estudante Paulo Sérgio Pinho, de 19 anos, estava treinando futebol com seus colegas quando sentiu uma forte dor no peito seguida de uma dormência do lado esquerdo do corpo. No mesmo momento ele foi levado para o HGR, ato que auxiliou para que o paciente recebesse a trombólise dentro do tempo estipulado.
“O atendimento [na unidade] é bom, se não fosse assim acho que eu estaria pior. Todo mundo fala que aqui é a melhor parte do HGR”, ressaltou o paciente.
Para que esse feito fosse possível, a equipe do setor foi treinada para ser ágil no atendimento aos pacientes que dão entrada na unidade dentro do tempo, além de monitorar a qualidade desse atendimento.
“Ganhamos o prêmio de Gold Status pela melhoria e excelência dos nossos dados, e estamos aí para cada trimestre ser melhor, ter mais excelência nos dados e continuar sem perder a qualidade”, afirmou a neurologista Lívia Martins.
A CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) deu início nesta quinta-feira, 2, à capacitação em Manejo Clínico de Arboviroses urbanas e silvestres para os profissionais médicos e enfermeiros da rede primária e rede especializada de Roraima.
O treinamento segue até sexta-feira, 3, no auditório da Uerr (Universidade Estadual de Roraima). O objetivo é preparar os profissionais para oferecer à população um atendimento seguro, o que reduzirá o risco de óbitos por dengue, chikungunya e zika.
"A importância dessa preparação para um possível cenário de aumento de casos das arboviroses é muito importante, o principal objetivo é que todos os profissionais estejam preparados para receber esse usuário", afirmou a coordenadora da CGVS, Valdirene Oliveira.
A capacitação aborda a organização do fluxo de atendimento do paciente suspeito de arboviroses dentro do posto de saúde, que vai desde a notificação, investigação, classificação de risco e a realização da prova do laço como medida fundamental para identificação de sinais de gravidade.
Além disso, ainda apresentará as estratégias de coleta de exames para o diagnóstico e para uma vigilância de alta qualidade, acompanhamento dos casos durante a visita domiciliar para identificação precoce do agravamento do caso e, da importância da vacinação contra a dengue na população de 10 a 14 anos.
Segundo a gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela, Dengue e outras Arboviroses, Rosângela Santos, a atualização é uma prevenção para o período de aumento de casos.
"Nós sabemos que o cenário epidemiológico do Brasil hoje é preocupante com relação a dengue, e Roraima está dentro desse cenário. Os nossos aumentos de casos acontecem de julho a setembro, então esse momento é de preparação casos graves e óbitos", ressaltou.
Para a enfermeira Cristina Bento, de 41 anos, preparar os profissionais poderá melhorar o fluxo dos pacientes e o correto manejo deles.
"A importância em atualizar os profissionais vem para que eles percebam que nós estamos num período sazonal. E temos que olhar com critério maior os sintomas que estão relacionados às arboviroses para poder intervir e cuidar do paciente o mais rápido possível", pontuou.
Posteriormente esta capacitação ocorrerá presencialmente nos 14 municípios do interior. A equipe da CGVS se deslocará para as sedes dos municípios para alcançar o maior número de profissionais.
Roraima apresentou redução de 23% dos casos de malária nos primeiros três meses de 2024. Os dados do Núcleo de Controle da Malária apontam para 7.687 casos da doença no período em 2024, enquanto que no ano passado foram 10.026 casos.
“Essa redução é maior na Terra Yanomami e em áreas de garimpo, onde no ano passado nós tínhamos percentual de 30% e hoje, a redução de casos é de quase 80%”, destacou o gerente do NCM da Sesau (Secretaria de Saúde), Gerson Castro.
Conhecida por ser uma doença infecciosa febril aguda, a malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles darlingi, infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium.
Em 2023, segundo o Núcleo, o Estado contabilizou 34.555 casos da doença, quantitativo superior aos 26.312 casos registrados em 2022. O aumento foi provocado principalmente pela atividade de garimpagem ilegal na Terra Indígena Yanomami.
“Entre os indígenas yanomami, tínhamos no primeiro trimestre de 2023 aproximadamente 101% casos, já no primeiro trimestre de 2024 o índice reduziu para 21%, um ponto positivo para o trabalho desenvolvido pelas equipes do Dsei [Distrito Sanitário Especial Indígena] Yanomami”, frisou Castro.
COMO SE DEU A REDUÇÃO
Para chegar aos resultados no primeiro trimestre deste ano, o Governo de Roraima, por meio da Sesau, tem intensificado ações de articulação com os municípios e Distritos Especiais Sanitários Indígenas do Estado, investindo na aquisição de insumos para garantir o controle da doença.
“Os insumos para o tratamento, teste rápido, mosquiteiros impregnados, inseticidas, tudo nós temos colocado à disposição dos municípios”, completou.
Além disso, o Estado tem promovido capacitações que contam com o apoio incondicional do Ministério da Saúde, reforçando o compromisso com o bem-estar da população.
“Recentemente, promovemos um treinamento com a finalidade da inserção do uso da a tafenoquina, uma nova droga liberada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para a área Yanomami, pelo fato da emergência no local. Essa medicação vai reduzir de sete para um dia o tempo de tratamento para a malária do Plasmodium vivax [que hoje é feito por meio do uso de comprimidos de primaquina e cloroquina], sendo mais uma evolução para o cuidado do paciente indígena Yanomami”, pontuou.
CUIDADO QUE FAZ A DIFERENÇA
É importante ressaltar ainda que ao sentir sintomas como calafrios, febre alta por mais de três dias, dores de cabeça e musculares, aumento dos batimentos cardíacos, aumento do baço e delírios, o paciente deve procurar a ajuda de um profissional, podendo esse atendimento ser feito em qualquer unidade de Unidade Básica de Saúde.
O uso de repelentes, roupas que protejam o corpo e mosquiteiros impregnados e ações de prevenção coletiva para a eliminação de criadouros do vetor também são essenciais para evitar a proliferação da doença.
A Sesau (Secretaria de Saúde), em parceria com Ministério da Saúde, deu início nesta quarta-feira, 24, a uma capacitação de microplanejamento para o desenvolvimento de atividades de multivacinação, com foco para intensificação vacinal contra a Febre Amarela em Roraima.
O evento segue até sexta-feira, dia 26, no auditório do Boa Vista Eco Hotel, no bairro Mecejana. Toda a temática do evento é direcionada para melhorar a atuação dos profissionais de saúde da Atenção Básica, Vigilância em Saúde, Entomologia e Controle de Vetores da Sesau e dos municípios que são os executores das ações.
De acordo com a coordenadora Geral de Vigilância em Saúde da Sesau, Valdirene Oliveira, a capacitação foi planejada para acelerar o processo de execução das atividades de microplanejamento pelos municípios, que apesar de já terem recebido uma capacitação anterior, não haviam apresentado progresso na finalização do planejamento das atividades de vacinação de alta qualidade e eficiência.
“Está sendo realizado um planejamento detalhado das atividades que deverão ser executadas por todos os municípios, com identificação da população a ser vacinada, com prazos definidos, instrumentos que serão utilizados para monitorar o alcance do que foi planejado. Estamos aproveitando esse momento e fazendo essa capacitação com o objetivo de que os municípios saiam daqui com seu microplanejamento”, informou.
Nesse primeiro momento, a capacitação é voltada para melhoria da cobertura vacinal da Febre Amarela, mas o planejamento das atividades deverá ser utilizado para todos os imunobiológicos disponíveis no calendário nacional de vacinação da criança, do adolescente e do idoso.
O objetivo é resgatar as altas coberturas vacinais que o estado já alcançou em anos anteriores, e de forma homogênea em todos os municípios, com isso proteger a nossa população das doenças já erradicadas e controladas através da vacinação.
“Nós fizemos uma notificação de caso de febre amarela do país vizinho [Guiana Inglesa) que veio para nosso território, foi internado aqui e feito o diagnóstico. Então com isso fica mais uma vez comprovado que as doenças não tem fronteiras. E a população não vacinada é vulnerável. Portanto, a capacitação vem contribuir para que os municípios tenham profissionais com capacidade técnica para realizar as atividades de planejamento detalhado para melhorar as atividades de vacinação e assim proteger a todos, ressaltou a Coordenadora.
VIGILÂNCIA APROFUNDADA
Outro foco da capacitação é voltado para fortalecimento das ações de vigilância da FA, abordando a notificação de epizootias em Primatas Não Humanos, vigilância entomológica e avaliação de risco.
No evento, também será abordado também o uso da plataforma SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) aplicado à Vigilância de primatas não-humanos.
O sistema é um aplicativo grátis que registra, em tempo real, fotos e informações de animais e localização geográfica automática por satélite, funcionando totalmente off-line.
Nele, os colaboradores contribuem para identificar animais silvestres, a fim de ativar o alerta de doenças que podem matar animais e pessoas, possibilitando na rapidez das ações de vigilância, prevenção e controle de surtos como a febre amarela.
A veterinária e apoiadora de vigilância do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Dsei-Y (Distrito Sanitário Indígena Yanomami), Maíra Freire, destacou a importância de fortalecer a vigilância e registro dos animais silvestres.
“Eu sou veterinária, então para mim é super importante ter a saúde do animal como indicador da saúde do ambiente. É uma maneira de predizer os casos humanos para podermos preservar a saúde de todos no final”, disse.
Confira a programação:
24/04/2024
13:30 - 14:00 – Abertura e apresentação da dinâmica de trabalho
14:00 – 15:15 – Sistema Nacional de Vigilância de primatas não-humanos e a implantação do SISSGeo SUS (Pedro Henrique de O. Passos CGARB/DEDT/SVSA/MS)
15:15 – 16:00 – Experiência da Macrorregião Norte de Minas na vigilância de febre amarela e na implantação do SISS-Geo SUS (Felipe Abreu IFNMG)
16:00 – 16:20 – Coffee Break
16:20 – 17:30 – Apresentação da Plataforma SISS-Geo: Conhecendo as funcionalidades da plataforma SISS-Geo (Eduardo Krempser da Silva e Jessica Andrade de Oliveira (SISSGeo/Pibss/Fiocruz)
17:30 – 17:40 – Apresentação dos grupos de trabalho e dinâmica das atividades práticas (Pedro Henrique de O. Passos CGARB/DEDT/SVSA/MS)
25/04/2024
09:00 – 10:30 – Como fazer um registro: Exercício prático (App) ((Eduardo Krempser da Silva e Jessica Andrade de Oliveira (SISS-Geo/Pibss/Fiocruz)
10:30 – 10:45 – Intervalo
10:45 – 12:00 – Explorando a Plataforma SISS-Geo – Módulo desfecho (Eduardo Krempser da Silva e Jessica Andrade de Oliveira (SISS-Geo/Pibss/Fiocruz)
12:00 – 14:00 – Almoço
14:00 – 17:00 – Simulado integrado (em campo) – Vigilância de arboviroses zoonóticas e Registro no SISS-Geo (CGARB/DEDT/SVSA/MS; SISS-Geo/Pibss/Fiocruz)
17:30 – Coffee Break
26/04/2024 – Aula prática no território do Batalhão da Fronteira
Grupo 1 – Vigilância de Primatas não-humanos – Estratégia de Vigilância, passos a passo da investigação e coleta de amostra com biossegurança
Grupo 2 – Vigilância entomológicas aplicado a Febre Amarela- Estratégia de Vigilância e método de coleta de vetores
O Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, principal referência do Estado na realização de atendimentos de urgência e emergência médica, atingiu alto índice de satisfação na Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Esse é o terceiro ano consecutivo que o HGR recebe o conceito máximo na avaliação do órgão, reforçando a eficiência das estratégias de segurança e gestão de riscos que são desenvolvidas pelos profissionais da unidade.
“Isso reflete o compromisso da unidade com a segurança. Presenciando pela implementação desses protocolos padronizados, monitoramento de indicadores e treinamento contínuos da equipe”, afirmou a gerente do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do HGR, Joice Teixeira.
A avaliação das Práticas de Segurança do Paciente é realizada pela Anvisa anualmente, sendo direcionada para instituições que possuem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Entre as instituições públicas e privadas do Estado, o HGR foi o único com a Alta Conformidade certificada pelo órgão.
Nela, são analisados uma série de quesitos de padronização de protocolos, como identificação correta do paciente e prevenção de quedas, questões ligadas a oferta de insumos, ações de higienização, atuação dos núcleos de segurança do paciente e a aplicação de práticas de cirurgia segura.