Em alusão à campanha Outubro Rosa, a Sesau (Secretaria de Saúde de Roraima) vai ofertar exames de mamografia por livre demanda ao longo do mês, como forma de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.
A partir desta terça-feira, 7, o Centro de Referência em Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin inicia a realização dos exames, que serão ofertados sem necessidade de agendamento prévio, de terça a quinta-feira, das 8h às 18h, sem pausa para o almoço.
Para o atendimento, é necessário apresentar o Cartão do SUS, documento de identidade e comprovante de residência.
“Orientamos que essa paciente venha com antecedência, se sentir algo alterado, busque o cuidado, o atendimento na unidade básica, que seja referenciado para nós em tempo hábil para que tenha um sucesso nesse tratamento caso detecte algo”, afirmou diretora-geral da unidade, Taynah Almeida.
Mulheres a partir dos 40 anos podem comparecer ao Centro de Referência, localizado na Avenida Capitão Júlio Bezerra, nº 1632, bairro Aparecida, para realizar o exame, seja pela primeira vez ou como parte do acompanhamento de rotina.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e o segundo com maior taxa de mortalidade, segundo o Ministério da Saúde. A mamografia é o principal método de rastreamento da doença, capaz de identificar alterações ainda em estágio inicial e aumentar significativamente as chances de cura.
Taynah enfatiza que o atendimento rápido e o encaminhamento correto podem fazer a diferença no tratamento.
“O Outubro Rosa ficou como um marco para toda mulher pensar em se cuidar, fazer o autocuidado, mas no modo geral, todo dia é dia de se cuidar, se amar. No Outubro Rosa focamos na parte da mama, em decorrência de várias doenças que tenha cometido, sejam benignas ou malignas”, destacou.
A CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) realizou um treinamento para profissionais da saúde sobre formas ativas e latentes da doença em pessoas que vivem com HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). A ação teve como objetivo fortalecer as estratégias de controle da coinfecção TB/HIV (tuberculose e HIV) desenvolvidas na Atenção Básica à Saúde.
A atividade ocorreu no auditório da CGVS e contou com a presença de representantes dos municípios de Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Mucajaí, São João da Baliza, São Luiz do Anauá e Boa Vista, além de profissionais do sistema prisional, da Agsus (Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde), da Operação Acolhida e dos Dseis (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) Leste e Yanomami.
“O principal objetivo é capacitar esses profissionais para que façam um bom acompanhamento dos pacientes em tratamento, promovam o diagnóstico precoce e, principalmente, possamos mudar a nossa realidade epidemiológica em relação à coinfecção TB/HIV”, afirmou Ângela Félix, gerente do Núcleo de Controle da Tuberculose.
A enfermeira da Agsus na Fronteira, em Boa Vista, Gracinete Mourão, participou do curso com a expectativa de aprimorar seus conhecimentos para aplicar no cotidiano de trabalho com migrantes.
“Espero que, com esse treinamento, possamos alinhar cada vez mais as equipes, oferecer um atendimento de melhor qualidade e garantir o encaminhamento adequado dos pacientes às equipes competentes”, destacou.
SITUAÇÃO DE RORAIMA
A infecção pelo HIV é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da forma ativa da doença. Entre as pessoas vivendo com HIV e/ou AIDS, o risco de adoecimento é 23 vezes maior do que na população geral. Diante desse cenário, é fundamental intensificar as ações conjuntas entre os programas de Tuberculose e HIV, a fim de aumentar o vínculo do paciente com os serviços de saúde e fortalecer o rastreamento e o diagnóstico precoce.
Em Roraima, dos 459 casos novos diagnosticados em 2024, 449 realizaram o teste para HIV. Desse total, 92 casos foram positivos, representando a maior taxa de coinfecção do Brasil. De janeiro a agosto de 2025, o estado já registrou 368 novos casos, sendo 80 com coinfecção TB/HIV.
“Hoje, Roraima é destaque em nível nacional por estar entre os estados com maior percentual de coinfecção TB/HIV. Esse público tem crescido muito nos últimos anos, e precisamos fortalecer essa rede. Atualmente, apenas cerca de 50% dos pacientes concluem o tratamento com êxito”, ressaltou Ângela Félix
O Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto, em Rorainópolis, se consolida como referência em saúde para todo o Sul de Roraima.
De janeiro a setembro de 2025, a unidade já realizou cerca de 1.173 cirurgias, abrangendo especialidades como ortopedia, obstetrícia, ginecologia, cirurgia geral e bucomaxilo facial. Em 2024, o número total de procedimentos chegou a 2.234 ao longo dos 12 meses.
“Nós fazemos vários procedimentos que abrange todo o Sul do Estado, assistindo tanto Rorainópolis quanto São João da Baliza, Caroebe, São Luiz do Anauá e Caracaraí. Todos eles são abraçados pelo Hospital de Rorainópolis", afirmou o diretor da unidade, Natanael Freire.
A unidade garante aos pacientes acesso a procedimentos cirúrgicos de diferentes especialidades para que eles não precisem se deslocar até a capital Boa Vista, trazendo mais agilidade, economia e conforto para as famílias do sul do estado.
“Também estamos organizando um mutirão de cirurgias eletivas em outubro, como as de hérnia. E estamos cada vez melhorando as estruturas do Hospital para conseguir ter um aporte maior e zerar a fila de cirurgias”, adiantou o diretor.
SOBRE A UNIDADE
Inaugurado em 2014, o Hospital Ottomar de Souza Pinto surgiu com o propósito de oferecer atendimento médico de qualidade e acessível para cerca de 50 mil habitantes tanto de Rorainópolis, quanto para os municípios de de São João da Baliza, São Luiz do Anauá e Caroebe.
Situado na Rodovia BR-174, no centro de Rorainópolis, o Hospital ocupa uma posição estratégica que facilita o acesso dos pacientes aos serviços prestados.
Com uma equipe especializada de profissionais de saúde, a unidade oferece uma ampla gama de serviços, incluindo pronto-socorro, consultas, exames laboratoriais, internações, cirurgias e atendimento ambulatorial.
O HMI (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth) realizou, nesta quarta-feira, 1º, a primeira cirurgia otorrino em um bebê no estado, marcando o terceiro procedimento inédito em menos de 15 dias. A paciente é uma indígena da etnia Sanöma, de apenas 58 dias de vida, que passou por uma correção de estenose nasal para facilitar a respiração.
“Isso é um feito inédito para Roraima, um avanço significativo para o HMI, e principalmente um benefício para os pacientes e suas famílias. A cirurgia de otorrino é o segundo tipo de cirurgia que mais necessitava TFD [Tratamento Fora do Domicílio]. E hoje, com o início dessas cirurgias aqui, com a aquisição desses equipamentos temos a oportunidade de operar essas crianças aqui dentro do HMI, com uma equipe especializada, fazendo com que essa família não tenha que se deslocar até um outro Estado”, afirmou o diretor-geral da Maternidade, Manoel Roque.
A cirurgia, feita pela boca, consistiu na ampliação da abertura nasal por meio de técnicas de precisão e equipamentos modernos, conhecida como correção de estenose com dupla ligadura. O procedimento restabeleceu o fluxo respiratório normal e evitou riscos futuros.
“O bebê nasceu com a diminuição da abertura periforme, que é a abertura do nariz e isso leva a alguns casos de desconforto respiratório, o bebezinho fica roxo, então fica com dificuldade de desenvolvimento. O intuito agora é basicamente fazer com que essa criança saia do regime de UTI, volte para os braços da sua família”, destacou o otorrinolaringologista Mayron Melo.
Após a cirurgia, a bebê permanecerá alguns dias na UTI em ventilação mecânica, até estar apta a respirar sem auxílio.
Mais avanços recentes
Em menos de duas semanas, o HMI realizou três procedimentos inéditos em sua história e na saúde pública de Roraima. No dia 27 de setembro, uma recém-nascida de 22 dias e pouco mais de 3kg passou pela primeira cirurgia cardíaca do estado, para correção da persistência do canal arterial. A operação foi bem-sucedida e não houve necessidade de transferência para fora.
Já no dia 18 de setembro, a unidade realizou a primeira cirurgia de lavagem ventricular em um bebê, conhecida como brainwash, para tratar complicações de uma hemorragia craniana que poderia evoluir para hidrocefalia.
Os avanços foram possíveis graças à modernização da Maternidade, com investimentos do Governo de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), em equipamentos de alta tecnologia. Com isso, procedimentos antes realizados apenas em outros estados agora são feitos em Boa Vista, consolidando o HMI como a principal referência do Norte em cirurgias pediátricas e neonatais de alta complexidade.
Nesta quinta-feira, 25, o município de Uiramutã recebeu uma oficina de gestão de base populacional e território dentro do PlanificaSUS, projeto que busca fortalecer a organização da Atenção Primária à Saúde em todo o Brasil.
A ação reuniu cerca de 35 profissionais das duas unidades básicas de saúde do município, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogos, agentes comunitários, assistentes sociais e equipes administrativas.
“O objetivo dessa oficina é atualizar as equipes, fazer um alinhamento, não só conceitual, mas também das estratégias que as equipes podem fazer para melhor atender a população.
As equipes farão o reconhecimento do seu território, das pessoas que vivem nele, para poderem planejar melhor as ações de saúde, a oferta de serviços de saúde, de acordo com a necessidade da população que reside no município”, afirmou a coordenadora da CGAB (Coordenadoria Geral de Atenção Básica), Cinthia Brasil.
A atividade ganha ainda mais relevância por Uiramutã ser um dos municípios mais distantes da capital, com população majoritariamente indígena.
“Por ter a sua população essencialmente de povos indígenas, que tem suas necessidades e características próprias. Viemos para o município trabalhar com os profissionais que são do território, as estratégias, as melhorizações de saúde para poder atender a necessidade da população”, ressaltou Cinthia.
Além da oficina, o encontro também serviu para a atualizar os profissionais em outro projeto do Ministério da Saúde chamado Telepinar, voltado para o telemonitoramento de gestantes de alto risco.
Com a plataforma digital, médicos e enfermeiros podem discutir casos com especialistas do Centro de Referência, permitindo acompanhamento no próprio município e evitando deslocamentos desnecessários.
“Capacitamos profissionais da assistência, médicos e enfermeiros, para que eles possam utilizar o Telepinar, para poder manejar as gestantes que possuem algum risco. Nesse projeto, eles podem utilizar essa plataforma digital para se comunicar com os especialistas do Centro de Referência que avaliam o grau de risco daquela gestante e se ela pode ser tratada no próprio município. Isso facilita o acesso e evita deslocamentos desnecessários”, destacou.