Atenta à prestação de saúde pública segura e de qualidade, a Sesau (Secretaria de Saúde) iniciou nesta terça-feira, 16, ao curso “Cálculo, Dosagem e Administração Segura de Medicamentos para recém-nascidos”, destinado aos profissionais do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth.
Voltado para enfermeiros e técnicos de enfermagem, a atividade segue até esta quarta-feira, 17, no auditório da Maternidade, sendo dividida em quatro turmas. A ação é coordenada pela Direção de Ensino, Pesquisa e Divulgação.
Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo enfermeiro Pedro Siqueira, e pela enfermeira especialista em urgência e emergência, Natália Jansen.
“É um dos pontos cruciais na segurança do paciente a questão de cálculos de medicamentos, como aplicar aos nossos pacientes de uma forma segura. Eles terão mais conhecimento na hora de administrar um medicamento, pois é preciso fazer um cálculo correto, precisa saber as regras básicas de segurança do paciente”, disse Natália.
O técnico de enfermagem Joselino Alves, de 43 anos, afirma que a temática é importante para ajudar a atualizar os conhecimentos de todos os profissionais que atuam na Maternidade.
“No meu ponto de vista é muito importante para o nosso aprendizado. Cada dia nós vamos aprendendo uma coisa nova e isso é muito importante, tanto para a segurança do servidor como dos nossos pacientes também, nós vamos fazer a administração com mais segurança”, ressaltou.
A saúde pública é um direito de todos os cidadãos. E essa missão da Secretaria de Saúde é reforçada diariamente com o compromisso em oferecer atenção em saúde de qualidade aos povos originários que são acolhidos pelo HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento).
A principal referência hospitalar de Roraima atende tanto à população local quanto cidadãos de outros países, e é o destino de pacientes indígenas que necessitam de assistência de urgência e emergência.
De 1º de janeiro até 12 de abril deste ano, o HGR recebeu cerca de 915 pacientes indígenas, aldeados e não aldeados. Enquanto que o resultado do ano anterior foi de 3.584 atendimentos (nos 12 meses).
Segundo a coordenadora de Atenção Indígena do HGR, Patrícia Araújo, os cuidados com os povos originários iniciam desde a escolha dos profissionais que fazem parte do setor até o respeito às especificidades de cada cultura.
“Um dos requisitos para esses profissionais virem para a condenação indígena é terem habilidade linguística e uma familiaridade com as culturas. Prezamos pelo respeito da identidade étnica desses povos nessa unidade, bem como os modos de se alimentar”, afirmou.
Além da atenção especial aos pacientes indígenas, os acompanhantes são recebidos de forma humanizada na sala da coordenação. “Eles saem de seus territórios para um local totalmente diferente do local que eles têm costume, então a Coordenação Indígena tenta trazer o mais próximo possível de seu habitat para esses pacientes e acompanhantes”, ressaltou a coordenadora.
O macuxi Aderaldo Constantino, de 70 anos, mora na comunidade Bem Viver no Uiramutã, na região Nordeste do Estado. Por conta da saúde fragilizada, tem recebido tratamento na CASAI (Casa de Saúde Indígena). Recentemente a esposa dele sofreu um grave derrame, resultando em uma internação com intubação no HGR.
Todos os dias, ele sai da CASAI com destino ao HGR para pegar o boletim médico de sua esposa. “Aqui na Coordenação [de Saúde Indígena] está nos acolhendo bem, tem alimentação, e estou aqui nessa rede, porque é cansativo estar sentado ali [na cadeira] e eu sou de idade, tenho 70 anos. Pensamos muito na família, aí tem televisão para assistir e tirar aquela tensão de pensar na paciente”, destacou Aderaldo.
HGR prepara comemoração para o Dia dos Povos Indígenas
Nesta sexta-feira, 19, o HGR realizará uma comemoração em alusão ao Dia Mundial dos Povos Originários.
O evento ocorrerá no Bloco E da unidade, a partir das 9h, e reunirá pacientes e profissionais para uma programação com purificação espiritual (pajelança), dança cultural, palestras sobre atendimento humanizado e intercultural aos pacientes indígenas.
Na ação, pajés serão homenageados e reconhecidos como “médicos da floresta no HGR”, e ainda o lançamento de uma cartilha informativa com a linguagem e rotina hospitalar destinada aos profissionais da unidade, como forma de facilitar a comunicação com os povos indígenas.
Nesta quinta-feira, 11, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, uma data inteiramente dedicada à sensibilização sobre a importância dos cuidados com essa condição neurológica progressiva que afeta milhares de pessoas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 1% da população mundial com idade acima dos 65 anos tem Parkinson. No Brasil, aproximadamente 200 mil pessoas são prejudicadas diariamente pela doença.
“Esse dia é importante justamente por ajudar a aumentar a conscientização sobre a condição neurológica desses pacientes, destacando os desafios enfrentados por eles diariamente. A data também promove a compreensão pública e incentiva o apoio à pesquisa e ao desenvolvimento de tratamentos”, afirmou a diretora do Departamento de Políticas de Reabilitação da Sesau (Secretaria de Saúde), Maria Barroso.
Em Roraima, o paciente com Parkinson pode recorrer aos serviços da Policlínica Coronel Mota, situada no Centro de Boa Vista, e no Centro Especializado de Reabilitação Física e Intelectual, que atualmente funciona dentro da estrutura do Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência, no bairro Santa Tereza.
No CER II, inclusive os pacientes passam por sessões individuais e em grupo, adaptadas às necessidades específicas de cada pessoa. Fornecendo a todo momento suporte contínuo e orientações para ajudá-los a viver plenamente com a doença de Parkinson.
“Entre os tratamentos indicados estão a fisioterapia, terapia ocupacional e até mesmo a atividade física, elas servem para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida”, destacou Maria.
SOBRE A DOENÇA
O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. As pessoas acometidas por ela passam a ter a diminuição intensa da produção de dopamina, que é uma substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas.
Os principais sintomas da doença incluem a lentidão motora; rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo; tremores de repouso notadamente nos membros superiores, geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro; e desequilíbrio.
Maria Barroso ressalta ainda que para prevenir a doença, é preciso ter um estilo de vida saudável, realizando atividade física, consumindo alimentos saudáveis e mais orgânicos, além de dormir pelo menos oito horas todas as noites.
“É preciso ainda evitar o tabagismo, por ser um fator ligado ao desenvolvimento de doenças degenerativas”, completou.
Por meio de uma série de investimentos feitos pelo Governo do Estado, a Sesau (Secretaria de Saúde) tem se empenhado cada vez mais para transformar o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento em uma referência não só para o Estado.
Entre os setores que mais se beneficiaram desse esforço está o que cuida da cardiologia. A especialidade é uma das que mais tem absorvido a crescente demanda dos pacientes que recorrem aos serviços do Sistema Único de Saúde do Estado.
Em 2024, até esta quinta-feira, 11, o Estado realizou 33 procedimentos cardíacos. O número é próximo das 37 cirurgias realizadas no ano de 2023, segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística da unidade hospitalar.
“Desde março de 2022 estamos vindo a Boa Vista, em regime de mutirões, operando os pacientes, e a partir de janeiro de 2024, estamos vindo regularmente todos os meses e atendendo aos pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico das patologias cardíacas”, afirmou o cirurgião cardiovascular, João Bosco Pellatiero de Oliveira.
Ainda segundo Bosco, 15 pacientes serão atendidos até o fim deste mês, evitando assim a necessidade de gastos com o TFD (Tratamento Fora de Domicílio).
“Eu admiro muito a iniciativa do Governo do Estado em promover esse tipo de atendimento que não existia [em Roraima]. Até então os pacientes eram todos conduzidos para outras localidades, às vezes extremamente distantes, o que era um transtorno, tanto para a família quanto para o paciente e atualmente estamos realizando todos os atendimentos aqui, sem exceção, todos procedimentos realizados no coração podemos fazer aqui em Roraima, com toda segurança e com todos os equipamentos necessários”, completou.
É importante destacar ainda que o HGR conta hoje com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cardiológica composta por uma equipe multiprofissional formada por médicos intensivistas, cardiologistas, fisioterapeutas e enfermeiros.
“O objetivo do HGR é manter esse serviço, priorizando as atividades dentro do hospital e também fora, nas atividades ambulatoriais. Consequentemente, quantificando e capacitando a equipe já existente e buscando novos profissionais para ampliar esse número, transformando a unidade em referência como centro de cardiologia”, pontuou a diretora geral do HGR, Patrícia Renovato.
A Sesau (Secretaria de Saúde), por meio da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, está realizando um seminário voltado a profissionais de saúde no fortalecimento das ações de controle da tuberculose em Roraima.
O tema principal do evento é "Tuberculose: um Desafio Constante", e se estende até sexta-feira, 12, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da UFRR (Universidade Federal de Roraima), no Campus Paricarana, bairro Aeroporto.
Dentre os pontos debatidos no seminário estão a necessidade de monitorar grupos em situação de vulnerabilidade, como pessoas em situação de rua, indígenas e população migrante; os reflexos do abandono ao tratamento realizado nos postos de saúde.
"O tratamento da tuberculose costuma ter uma duração de aproximadamente seis meses, e isso dificulta a adesão dos pacientes à terapia da doença. O seminário vem para abordar o que o Estado e os municípios estão fazendo para melhorar essa adesão, se as estratégias estão funcionando e o que nós podemos mudar", explicou a coordenadora da CGVS, Valdirene Oliveira.
Além dos profissionais da atenção básica dos 15 municípios, a ação conta ainda com a participação de representantes do Ministério da Saúde, da Operação Acolhida, da Promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual, da Sejuc (Secretaria da Justiça e Cidadania) e da Superintendência de Assistência Social de Boa Vista.
A enfermeira Ulhiana Batista atua em posto de saúde da capital, que concentra a maior parte da população migrante do Estado. Ela relatou que atualmente a unidade atende uma grande demanda de pacientes com sintomas de tuberculose.
"Nossa unidade está próxima dos abrigos e da população de rua. Acho importante compartilhar as nossas experiências e vivências sobre esse grande número de casos de tuberculose e como estamos lidando com essa situação na nossa unidade", destacou.
PANORAMA DA DOENÇA
A tuberculose continua sendo mundialmente um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública.
Em 2023, Roraima notificou 522 novos casos, além 28 óbitos pela doença, o que representa uma taxa de mortalidade 4,4 casos a cada 100 mil habitantes, número maior que a média nacional, que é de 2,7 casos/100 mil habitantes.
"Atualmente, Roraima se encontra em primeiro lugar na incidência por tuberculose no Brasil. É um dado do boletim epidemiológico que foi lançado agora em março do Ministério da Saúde, isso nos preocupa. Nós viemos nos mobilizando, principalmente para lançar estratégias de como vamos diminuir essa incidência da tuberculose no estado", ressaltou a gerente do Núcleo de Controle da Tuberculose, Ângela Maria Félix.
Os dados apontaram ainda que os grupos mais vulneráveis são pessoas privadas de liberdade, migrantes e a população indígena.
Em 2024, entre janeiro e março, o Estado contabilizou 104 notificações de casos da doença.