A Sesau (Secretaria de Saúde) teve destaque no novo AVE-SUS (Ambiente Virtual de Experiências Exitosas), do Conass (Conselho Nacional dos Secretários e Secretárias de Saúde), com a prática “Implantação de Políticas de Saúde Voltadas aos Pacientes Indígenas em uma Instituição Hospitalar da Amazônia Legal”. A experiência foi apresentada durante a Câmara Técnica de Atenção à Saúde do Conass, realizada esta semana em Belém (PA).
O evento reuniu representantes das 27 secretarias estaduais de Saúde, do Ministério da Saúde e de instituições parceiras, para o lançamento oficial do https://www.google.com/url?q=https://www.conass.org.br/ave-sus/&source=gmail&ust=1752873525260000&usg=AOvVaw3Ph9_cFwQM8lReJXkhZJTF">AVE-SUS (Ambiente Virtual de Experiências Exitosas do SUS), uma plataforma que vai reunir boas práticas desenvolvidas pelos estados brasileiros no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).
A coordenadora geral de Assistência Especializada da Sesau, Léa Maria Sversut, que participou das mesas de debate, apresentou a experiência de Cuidado Especializado à Saúde Indígena desenvolvida no Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento.
“Nosso território exige soluções diferenciadas, com integração regional, ampliação da atenção especializada e respeito às particularidades da população, tanto indígena como ribeirinho e entre outros. Entre os temas foram abordados o mapeamento da oferta de atenção especializada no SUS, os desafios da assistência em áreas de difícil acesso, saúde indígena, ações de equidade, a regulação de transporte sanitário, fortalecimento da rede de urgência, ampliação da estratégia de Saúde Digital”, explicou Léa.
O projeto inclui adaptações de infraestrutura e fluxos hospitalares que respeitam os costumes e a cultura dos povos originários, como o uso de redes nas enfermarias, cardápio específico e a presença de lideranças espirituais nas unidades.
Além da apresentação das experiências dos Estados amazônicos, também foram debatidos o mapeamento da oferta de atenção especializada no SUS, os desafios da assistência em áreas de difícil acesso, regulação e transporte sanitário, e a expansão da saúde digital como ferramenta de integração dos serviços.
A EXPERIÊNCIA
A iniciativa foi desenvolvida no Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento e busca adaptar o atendimento hospitalar às especificidades culturais dos povos indígenas. Entre as ações, estão a presença de pajés nas enfermarias, cardápios específicos, redes instaladas nos leitos e suporte com intérpretes indígenas em parceria com a Universidade Federal de Roraima.
Com essas adaptações e a criação de fluxos e protocolos próprios, a assistência aos pacientes se tornou mais humanizada e respeitosa, aumentando em 20% o número de atendimentos e elevou para 67,6% a taxa de alcance assistencial da equipe especializada.
Além do impacto no acolhimento, o modelo fortaleceu a articulação com a Rede de Atenção à Saúde Indígena, envolvendo os polos-base, UBS (Unidades Básicas de Saúde) e Casai (Casa de Saúde Indígena), garantindo o cuidado contínuo após a alta hospitalar.
“Reforçamos o nosso compromisso com o desenvolvimento de políticas públicas que é um foco muito importante, a ampliação da resolutividade da rede, garantia de acesso universal e fortalecimento das pactuações regionais no âmbito do SUS”, acrescentou a coordenadora.
A Sesau (Secretaria de Saúde) deu início nesta terça-feira, 15, à oficina de Prevenção das Carências Nutricionais na Primeira Infância em Roraima. O evento visa preparar os profissionais da rede pública de saúde para a retomada da Estratégia NutriSUS, Programa de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em Pó.
O evento é uma parceria entre Sesau e Ministério da Saúde, e seguirá até quarta-feira, 16, no auditório do Eco Hotel.
“Falamos sobre a prevenção das carências nutricionais, falar um pouco sobre segurança alimentar, e o ponto principal é a implementação de NutriSUS, que é uma estratégia de fortificação da alimentação infantil voltada para a criança de 6 a 24 meses, que será implementada na atenção básica com início em agosto”, afirmou a gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Alimentação e Nutrição, Maria do Livramento Costa.
A retomada da estratégia marca uma nova fase do programa, que passa a entregar os sachês de micronutrientes diretamente às famílias, por meio das equipes da Atenção Primária, possibilitando a administração no domicílio.
“A importância da Sesau é porque o programa vai ser desenvolvido dentro do Estado, dentro da atenção básica, e a Sesau vai estar dando todo o apoio para a implantação de NutriSUS dentro dos municípios da atenção básica”, completou a gerente.
A iniciativa é parte da estratégia nacional para combater a má nutrição infantil e está alinhada com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, com foco especial nas regiões Norte e nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, onde os índices de insegurança alimentar e vulnerabilidade social são maiores.
Nesta segunda-feira, 14, a CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) da Secretaria de Saúde realizou a Oficina de qualificação dos gestores de saúde para construção, implantação e implementação da linha de cuidado das Hepatites Virais em Roraima.
O evento, que é uma parceria com o Ministério da Saúde, segue até a quinta-feira, 17, das 8h30 às 12h e das 14h às 17h, na Faculdade Cathedral, e reúne representantes da Atenção Primária, Atenção Especializada, Vigilância, DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), unidades prisionais e diversas instituições de saúde.
Segundo a gerente do Núcleo de Controle das Hepatites Virais, Raquel Feitosa, a oficina vem para aprimorar estratégias integradas de prevenção, testagem, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes com hepatites virais em todo o Estado.
"Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de evitar complicações como cirrose ou câncer hepático. Essa linha de cuidado vai nos ajudar a criar estratégias para alcançar pessoas que ainda não têm acesso às informações. Ainda há muito preconceito e dificuldade para atrair a população para as testagens. Queremos promover saúde e quebrar essa linha de transmissão”, explicou a gerente.
A oficina faz parte da estratégia nacional de eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública no Brasil até 2030, promovendo ações articuladas e a qualificação dos profissionais envolvidos em todos os níveis de atenção à saúde.
Os profissionais ainda discutirão formas de alcançar os grupos mais vulneráveis, como indígenas, imigrantes e pessoas em situação de vulnerabilidade social. A proposta é romper barreiras de acesso à informação, ampliar a testagem e superar o estigma que ainda dificulta o combate à doença.
Atuando no município de Bonfim, a médica Nicole Lima também destacou a importância da qualificação para o atendimento da população migrante na região de fronteira.
“São pessoas que transitam muito e acabam saindo do nosso radar. A oficina ajuda a criar estratégias de abordagem mais efetiva e garantir que esse cuidado seja contínuo, mesmo com os desafios de mobilidade”, destacou.
A Sesau (Secretaria de Saúde), por meio da CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), lançou um painel de monitoramento dos vírus respiratórios em circulação em Roraima. O painel pode ser acessado https://www.google.com/url?q=https://vigilancia.saude.rr.gov.br/pagina-monitora-sindrome-gripal&source=gmail&ust=1752696797417000&usg=AOvVaw1Dj6hsI4qGQCtR-QQ0bEF-">pelo site da CGVS e tem como objetivo ampliar o acesso à informação sobre os atendimentos e internações causados por doenças como a SG (Síndrome Gripal) e a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
“A CGVS colocou no ar o painel de vírus respiratórios. Lá vão estar disponíveis informações como número de consultas nas nossas unidades sentinelas do Estado, informações dos vírus que estão circulando no nosso Estado, número de internação e óbitos”, afirmou a coordenadora da CGVS, Valdirene Oliveira.
Segundo ela, o painel será atualizado semanalmente, por meio de atendimentos realizados pelo Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, Pronto Atendimento Cosme e Silva, Hospital de Rorainópolis Governador Ottomar de Souza Pinto, Hospital da Criança Santo Antônio, Hospital Universitário, Casai- Y (Casa de Saúde Indígena Yanomami) e ainda unidades de saúde privadas, apontando dados importantes para a população e profissionais de saúde.
DADOS DE RORAIMA
De janeiro a julho de 2025, o sistema da CGVS registrou 183.944 consultas, sendo 17.966 relacionadas à síndrome gripal. No mesmo período, ocorreram 905 internações por SRAG, das quais 198 evoluíram para internação em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
“O principal objetivo do painel é informar tanto a população como os profissionais de saúde sobre o cenário epidemiológico dos vírus respiratórios no estado de Roraima”, acrescentou Valdirene.
Os dados mais recentes da Semana Epidemiológica mostram uma redução significativa tanto nas notificações de síndrome gripal quanto nas internações por SRAG. Foram 726 atendimentos por SG, o que representa queda de 39,35% em comparação à semana anterior que apontou 1.197 notificações. Já as internações por SRAG somaram 27, enquanto que na semana anterior foram contabilizadas 50 internações, uma redução de 46%.
Em breve, Roraima passará a ofertar o tratamento de radioterapia para pacientes com câncer. A medida será possível com a conclusão do Centro de Radioterapia, que faz parte do complexo do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) e está com 86% das obras concluídas.
Recentemente, a Sesau (Secretaria de Saúde) recebeu dois aparelhos tecnológicos para o Centro de Radioterapia de Roraima, um acelerador linear para teleterapia e outro para braquiterapia, ferramentas que vão transformar o cenário do tratamento contra o câncer no Estado por meio da unidade, marcando o início de uma nova fase na assistência oncológica da rede pública estadual.
O investimento foi viabilizado com recursos do programa Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal. A partir dele, foi possível não apenas adquirir os equipamentos, mas também será realizado um upgrade tecnológico, que está em processo desde setembro de 2024, garantindo que os tratamentos a serem oferecidos no Estado estejam entre os mais modernos disponíveis atualmente.
“Chegou recentemente o aparelho que vai ser instalado no Centro de Radioterapia. Temos o prazer de informar que eles chegaram completos, já está indo para a fase de assentamento da base do aparelho. Um que vai ser o de teleterapia e o outro de braquiterapia”, afirmou o diretor do Departamento de Políticas e Apoio ao Diagnóstico por Imagem, Tarsis Vasconcelos.
Segundo ele, anteriormente, os pacientes com câncer precisavam sair do Estado para realizar esse tipo de tratamento em unidades especializadas em outros Estados, método que deve mudar com a inauguração do novo Centro de Radioterapia.
“Conseguimos colocar tanto o projeto dos aparelhos, como o projeto da estrutura em si, e com o upgrade deixamos o aparelho o mais completo possível, até porque o objetivo da gestão é que todos os nossos pacientes e usuários que precisam desse tratamento não saiam mais do Estado. É um avanço surpreendente que nem imaginaríamos alguns anos atrás”, disse.
SOBRE OS APARELHOS
Os novos aparelhos permitirão que Roraima ofereça, pela primeira vez com estrutura própria, técnicas como a Radioterapia Conformacional Tridimensional (3D-CRT), a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), a Terapia por Arco Modulado Volumétrico (VMAT) e a Braquiterapia. Cada uma dessas técnicas é indicada para diferentes tipos e estágios de câncer, permitindo mais precisão e menos efeitos colaterais.
A Radioterapia 3D-CRT, por exemplo, permite moldar os feixes de radiação conforme o formato do tumor, poupando tecidos saudáveis. Já a técnica de IMRT utiliza feixes de diferentes intensidades, aumentando a eficácia nos tumores mais complexos. A VMAT, por sua vez, aplica a radiação de forma contínua e precisa enquanto o aparelho gira ao redor do paciente, tornando o tratamento mais rápido.
Já a Braquiterapia é utilizada especialmente em casos como o câncer de colo de útero e consiste em colocar a fonte de radiação próxima ou dentro do próprio tumor, oferecendo resultados mais eficazes e com menos impactos no organismo.
“A radioterapia padrão, na qual o aparelho emite a radiação vindo de fora do paciente para dentro do paciente. Do outro lado vai ficar a braquiterapia, que é um dos principais combates ao câncer de colo de útero, na qual a fonte de radiação vai ficar interna ao paciente mais próxima do tumor”, detalhou o diretor.
ESTRUTURA DO CENTRO
A obra é de responsabilidade do Governo Federal, sendo parte do Plano de Expansão de Radioterapia do Sistema Único de Saúde, lançado em 2012. O total investido é de R$ 14.946.799,26.
A previsão é que a inauguração ocorra no final do segundo semestre de 2025.
“Imagina você saindo do seu Estado, às vezes sem apoio familiar, psicológico ou financeiro. Agora, isso não vai mais acontecer. Nossos usuários terão condições de fazer quimioterapia, radioterapia e braquiterapia aqui mesmo, com qualidade e estrutura”, destacou Tarsis.
Após o término das obras, o Centro de Radioterapia de Roraima contará com sala da recepção e espera, administração, três consultórios de triagem, sala de curativo, sala de moldes/oficina de blocos e sala de recuperação.
Além disso, também haverá sala de planejamento/física médica, sala do acelerador linear (bunker), com dois aceleradores (equipamentos importados e já adquiridos), sala de comando e três ambientes de apoio (serviços).
Obra havia sido paraliada e espaço foi ocupado de forma irregular
Em 2019, 28 obras de Centros de Radioterapia executadas pelo Ministério da Saúde foram embargadas por divergências no projeto arquitetônico. Roraima foi um dos Estados que sofreu com a medida.
Desde então, cerca de 140 imigrantes utilizaram o local no bairro Aeroporto como residência improvisada, construindo, inclusive, estruturas precárias como banheiros.
Para que a obra pudesse ser retomada pelo Ministério da Saúde, em janeiro de 2024, a Sesau ingressou na Justiça com uma ação de reintegração de posse. A desocupação ocorreu na primeira semana de junho e durou três dias. Em seguida, os trabalhos reiniciaram.