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Silvana Amorim Minervaldo Lopes Ascom Sesau

 

Celebrado nesta quinta-feira, dia 25, o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha simboliza a luta de mulheres que sofrem com discriminações racial, social e de gênero, combatendo com vigor o racismo e o sexismo que ainda insiste em fazer parte do cotidiano da sociedade.

No Brasil, a data tem o peso ainda mais significativo, uma vez que a população negra atualmente corresponde 54% de toda a população, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Nós, mulheres negras, temos todos os direitos garantidos na Constituição, como qualquer outro cidadão. Porém, ainda existe uma pecha em cima de nós por conta dos resquícios da escravidão; de sermos [vistas como] mulheres periféricas; e a negritude, quando passa ter uma ascensão social, perece perturbar as pessoas. É preciso que fique claro que não estamos aqui para tomar o espaço de ninguém, justamente porque temos o nosso próprio espaço”, destacou a gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Pessoa Negra, da Sesau (Secretaria de Saúde), Silvana Amorim.

Esta semana, a importância da data foi abordada durante a programação II Encontro Estadual de Educação Continuada sobre Equidade e Igualdade na Saúde, realizada na terça-feira, 23, no auditório do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento).

Silvana ressalta que abordar a temática no contexto de saúde é crucial para ajudar os profissionais a conseguir aplicar a prática da escuta qualificada e humanizada nos atendimentos realizados para a população negros e indígenas.

“É preciso que o profissional de saúde entenda que o processo cultural daquele paciente que está lá, deitado no seu leito, tem uma bandeira ou particularidade para aquele atendimento. Isso ocorre com pessoas LGBTQIAPN+, com pessoas negras e indígenas, e eles estão lá não porque gostam, mas porque precisam da ajuda e do apoio do serviço de saúde”, frisou.

A gerente do NAPSPN reforçou ainda que a data tem como expressão a contínua de luta e resistência de mulheres negras, dando visibilidade ao debate necessário quanto aos números expressivos nos atendimentos a mulheres e meninas vítimas de violência e abuso sexual, violência doméstica, e vários outros atendimentos na saúde.

“Hoje, nos afeta como mulheres e meninas negras, a crenças de que é permitido tocar em corpos negros, porque era algo que os senhores de engenho faziam como bem quisessem. Isso mudou com o passar da história, mas muitas vezes ela ainda permanece na mentalidade das pessoas. Então, a gente ainda está nesse processo de dor, de sofrimento, de exclusão social, de educação, cerceado de acessos, mas graças essas mudanças, hoje me orgulho de ser uma mulher negra no topo, de protagonismo, para tentar ajudar aquelas que ainda precisam ser levantadas socialmente”, pontuou.

 

SECOM RORAIMA

JORNALISTA: Minervaldo Lopes

FOTOGRAFIA: Ascom/Sesau