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Diante do contexto de crise sanitária que aflige os indígenas da etnia Yanomami, o Governo de Roraima, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde), tem reforçado cada vez mais o seu compromisso em oferecer atenção em saúde aos povos originários.

Nos hospitais de referência do Estado, cada atendimento é realizado com atenção e competência e esse cuidado é possível graças à atuação direta das coordenações indígenas de cada unidade.

“Vimos a importância do atendimento tanto para os indígenas atendidos pelos Dsei [Distritos Sanitários Especiais Indígenas] quanto para aqueles que vêm de outras comunidades e não falam português. É por esse motivo que decidimos ampliar o apoio mais humanizado nas nossas unidades, algo que já é preconizado pelo SUS”, afirmou a assessora técnica da Sesau, Lúcia Paiva.

Somente no ano passado, 2.133 indígenas receberam atendimento médico pelo HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento). A unidade é responsável por realizar procedimentos de alta complexidade no Estado.

“Atualmente nós temos técnicos de enfermagem à disposição dos pacientes indígenas 24 horas por dia, no qual um deles fica na recepção aguardando a chegada do paciente”, informou a coordenadora de Atenção Indígena do HGR, Patrícia Araújo.

O acolhimento dos pacientes vindos de Dsei começa a partir da identificação de etnia na recepção. Com isso, a coordenação é acionada para acompanhar o caso e como será a evolução dele na unidade.

Além do estranhamento com o ambiente, os pacientes que chegam ao hospital costumam apresentar debilitações graves, o que requer uma atenção especial por parte da equipe.

“Nós da coordenação indígena procuramos sempre dar assistência humanizada. Temos profissionais que atuaram em áreas indígenas há quase 20 anos e esses são os que mais possuem a habilidade de conversar com esses pacientes”, destacou Patrícia.

Entre os pacientes que atualmente são assistidos pelo HGR está o agricultor Cleio Manharu, 45 anos. O indígena da etnia macuxi veio da comunidade Matiri para tratar um problema no pulmão.

“Eles [da coordenação indígena] fazem uma visita comigo todo dia para perguntar se eu estou bem, se estou precisando de alguma coisa ou se está faltando algum remédio, mas não falta nada não”, disse.

Outra unidade que também tem se destacado na atenção ao paciente indígena é o HMI (Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth). Somente no ano passado, foram atendidas 2.263 gestantes vindas tanto do Dsei Yanomami quanto do Dsei Leste.

Conforme o coordenador de Atenção Indígena do HMI, Haron Macuxi, as gestantes que chegam à unidade geralmente são acompanhadas pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), mas há também os casos de demanda espontânea, onde a paciente chega direto da comunidade sem o assessoramento de entidade ligada à causa indígena.  

“A paciente chega na triagem e informa que é indígena. É depois dessa triagem que passamos a dar o suporte até a alta da mulher puérpera”, completou.

O coordenador ressaltou ainda que a unidade conta com uma equipe técnica de enfermagem com conhecimento básico da língua materna e que o mesmo cuidado se estende a alimentação das pacientes, respeitando a cultura de cada uma delas.

“Essas pacientes indígenas estão em um ambiente diferente do que vivem, e vão chegar aqui praticamente perdidas. Então, as técnicas de enfermagem irão apoiar, dar o conforto e suporte necessário”, pontuou.

COSME E SILVA

Referência na realização de serviços de urgência médica no Estado, o PACS (Pronto Atendimento Cosme e Silva) também realizou melhorias para melhorar o atendimento a pacientes indígenas.

Em junho de 2022, a unidade passou a ser contemplada com uma Coordenação de Atenção Indígena, que também atende as necessidades do HC (Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco Rodrigues).

Desde a implantação da coordenação até o dia 31 de janeiro deste ano, 3.743 pacientes indígenas passaram por atendimento na unidade.

“O paciente geralmente vem com o técnico da Casai [Casa de Saúde Indígena], que avisa para a nossa equipe no Cosme e Silva. Depois nós acompanhamos o paciente em todo o processo na unidade, desde a recepção, triagem, ambulatório, consultório médico, coleta de exames, até o retorno no consultório médico”, finalizou a enfermeira do HC, Beatriz Gonçalves.

SECOM RORAIMA

JORNALISTA: Suyanne Sá

FOTOGRAFIA: Ascom/Sesau